Piolhos: perguntas e respostas sobre a prevenção

30/07/2015 18:24

É certo que seu filho já teve ou ainda terá piolho na cabeça. Assim tem sido desde a Antiguidade. Apesar de comuns, há muitos mitos sobre esses bichos tão pequenos e incômodos. E entender o que é é o melhor caminho para a prevenção e o tratamento.

A jornalista Mariana Fusco escreveu no portal do médico Dráuzio Varella sobre as principais dúvidas sobre pediculose capilar, nome da infestação causada por piolhos na cabeça.

O que são piolhos?

Os piolhos constituem uma ordem de insetos da qual fazem parte mais de 3 mil espécies.  Não possuem asas e se alimentam do sangue do hospedeiro. Os que atacam o couro cabeludo dos seres humanos fazem parte da espécie Pediculus humanus capitis.

Como se alimentam?

Os piolhos se alimentam injetando no couro-cabeludo um pouco de saliva, que tem propriedades vasodilatadoras e anticoagulantes, permitindo que o piolho sugue uma pequena quantidade de sangue a cada poucas horas.

Como se transmite?

O piolho não pula nem salta, ele se arrasta, por isso só é transmitido por meio de contato direto entre a pessoa infectada e a não infectada. A transmissão devida a compartilhamento de objetos pessoais, como escova de cabelo e roupa de cama, é mais rara.

Porém, ao pentear o cabelo seco é possível produzir eletricidade estática que pode injetar os insetos a até 1 metro de distância.

Quais são os sintomas?

O principal sintoma da pediculose é o prurido (coceira) na cabeça. Ele é causado pela sensibilização gerada pelos componentes da saliva, e pode demorar algumas semanas depois do inicio da infestação para surgir.

Como fazer o diagnóstico?

O diagnóstico pode ser feito por meio da identificação de lêndeas e piolhos a olho nu ou com auxílio de um pente-fino.

Como prevenir a infestação?

É difícil prevenir a infestação, pois crianças costumam ter contato íntimo. Oriente seu filho a não compartilhar objetos pessoais, como pentes, escovas de cabelo e chapéus, e trate rapidamente as crianças infectadas. Ao contrário do que se pensa, piolho não é sinônimo de falta de higiene, por isso lavar a cabeça diariamente também é bobagem, visto que os piolhos podem sobreviver até 20 minutos submersos.

As crianças são as vítimas mais que mais atraem os piolhos.
As crianças são as vítimas mais que mais atraem os piolhos.

O melhor jeito de evitar a pediculose é observar sempre a cabeça das crianças e identificá-la e tratá-la rapidamente, para impedir outras infestações.

Como tratar?

Para tratar a infestação, não siga receitas caseiras, que além de ineficazes podem fazer mal à saúde.

Evite usar sacos plásticos para tampar a cabeça. principalmente em crianças pequenas, que podem se sufocar.

Também não use pesticidas: além de tóxicos, não matam os ovos.

É mais fácil identificar e tratar os piolhos quando o cabelo é curto, mas o comprimento do cabelo não influi no risco de infestação nem em seu tratamento.

A família toda deve ser examinada. Se parentes dividirem a cama, devem ser tratados mesmo que não tenham piolhos. Apesar da transmissão por objetos ser mais rara, limpe todos os itens de uso pessoal que tenham entrado em contato com a cabeça da pessoa infectada em 24 a 48 horas antes do início da tratamento (os piolhos morrem em menos de 48 horas sem se alimentar de sangue).

As crianças infectadas não precisam faltar na escola, pois a contaminação entre colegas de classe, apenas por coabitarem o mesmo ambiente, não é comum.

Hoje em dia já existem diversos medicamentos disponíveis para tratar pediculose, inclusive orais. Sua indicação vai depender da quantidade de piolhos e do tipo de infestação. Converse com seu médico.

Depois do tratamento, continue examinando a cabeça das crianças por 2 ou 3 semanas para se certificar que a infestação foi de fato controlada.

Com informações do portal Draúzio Varella.