Piolhos: perguntas e respostas sobre a prevenção
É certo que seu filho já teve ou ainda terá piolho na cabeça. Assim tem sido desde a Antiguidade. Apesar de comuns, há muitos mitos sobre esses bichos tão pequenos e incômodos. E entender o que é é o melhor caminho para a prevenção e o tratamento.
A jornalista Mariana Fusco escreveu no portal do médico Dráuzio Varella sobre as principais dúvidas sobre pediculose capilar, nome da infestação causada por piolhos na cabeça.
O que são piolhos?
- Descubra como aumentar o colesterol bom e proteger seu coração
- Entenda os sintomas da pressão alta e evite problemas cardíacos
- USP abre vagas em 16 cursos gratuitos de ‘intercâmbio’
- Psoríase: estudo revela novo possível fator causal da doença de pele
Os piolhos constituem uma ordem de insetos da qual fazem parte mais de 3 mil espécies. Não possuem asas e se alimentam do sangue do hospedeiro. Os que atacam o couro cabeludo dos seres humanos fazem parte da espécie Pediculus humanus capitis.
Como se alimentam?
Os piolhos se alimentam injetando no couro-cabeludo um pouco de saliva, que tem propriedades vasodilatadoras e anticoagulantes, permitindo que o piolho sugue uma pequena quantidade de sangue a cada poucas horas.
Como se transmite?
O piolho não pula nem salta, ele se arrasta, por isso só é transmitido por meio de contato direto entre a pessoa infectada e a não infectada. A transmissão devida a compartilhamento de objetos pessoais, como escova de cabelo e roupa de cama, é mais rara.
Porém, ao pentear o cabelo seco é possível produzir eletricidade estática que pode injetar os insetos a até 1 metro de distância.
Quais são os sintomas?
O principal sintoma da pediculose é o prurido (coceira) na cabeça. Ele é causado pela sensibilização gerada pelos componentes da saliva, e pode demorar algumas semanas depois do inicio da infestação para surgir.
Como fazer o diagnóstico?
O diagnóstico pode ser feito por meio da identificação de lêndeas e piolhos a olho nu ou com auxílio de um pente-fino.
Como prevenir a infestação?
É difícil prevenir a infestação, pois crianças costumam ter contato íntimo. Oriente seu filho a não compartilhar objetos pessoais, como pentes, escovas de cabelo e chapéus, e trate rapidamente as crianças infectadas. Ao contrário do que se pensa, piolho não é sinônimo de falta de higiene, por isso lavar a cabeça diariamente também é bobagem, visto que os piolhos podem sobreviver até 20 minutos submersos.
O melhor jeito de evitar a pediculose é observar sempre a cabeça das crianças e identificá-la e tratá-la rapidamente, para impedir outras infestações.
Como tratar?
Para tratar a infestação, não siga receitas caseiras, que além de ineficazes podem fazer mal à saúde.
Evite usar sacos plásticos para tampar a cabeça. principalmente em crianças pequenas, que podem se sufocar.
Também não use pesticidas: além de tóxicos, não matam os ovos.
É mais fácil identificar e tratar os piolhos quando o cabelo é curto, mas o comprimento do cabelo não influi no risco de infestação nem em seu tratamento.
A família toda deve ser examinada. Se parentes dividirem a cama, devem ser tratados mesmo que não tenham piolhos. Apesar da transmissão por objetos ser mais rara, limpe todos os itens de uso pessoal que tenham entrado em contato com a cabeça da pessoa infectada em 24 a 48 horas antes do início da tratamento (os piolhos morrem em menos de 48 horas sem se alimentar de sangue).
As crianças infectadas não precisam faltar na escola, pois a contaminação entre colegas de classe, apenas por coabitarem o mesmo ambiente, não é comum.
Hoje em dia já existem diversos medicamentos disponíveis para tratar pediculose, inclusive orais. Sua indicação vai depender da quantidade de piolhos e do tipo de infestação. Converse com seu médico.
Depois do tratamento, continue examinando a cabeça das crianças por 2 ou 3 semanas para se certificar que a infestação foi de fato controlada.