120 anos de Drácula: veja as diferenças do livro e dos filmes
Há 120 anos Bram Stocker lançava Drácula, livro que popularizaria o mito dos vampiros na cultura pop e criaria um dos mais icônicos monstros da literatura e do cinema.
O cineasta Daniel Bydlowski elencou para o Catraca Livre as 10 diferenças entre o título original, de Bram Stoker, relançado pelo selo Via Leitura, da Edipro, e as quatro adaptações mais clássicas do cinema do vampiro.
1. Na primeira versão cinematográfica de Drácula, “Nosferatu”, de 1922, para não ter problemas com direitos autorais, o diretor F.W. Murnau modificou os nomes dos personagens. Conde Drácula aparece como Conde Orlok, Harker como Hutter, Mina como Ellen; e Van Helsing, que se torna Professor Bulwer. O personagem Quince não aparece no filme.
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2. Não contente em apenas mudar os nomes dos personagens, Murnau colocou o castelo em um local diferente, em Montes Cárpatos.
3. Ainda na primeira adaptação para o cinema, o vampiro tinha contornos desumanos, orelhas longas e feições que lembram morcegos, diferente da elegância descrita nas linhas da obra de Stoker, em que o vampiro inspira a imaginá-lo com uma feição misteriosa, bonita e instigante, de vestimentas negras e sóbrias.
4. Na versão de 1931, a primeira romantizada, Tod Browning coloca um galã para fazer o papel do vampiro e troca todos os nomes e funções dos personagens.
5. Em 1958, apareceu uma das versões mais controversas da obra original do sanguinário, a do diretor Terence Fisher. Nesta, Arthur Holmwood é casado com Mina, e irmão de Lucy. O fato destas ligações entre os personagens, já deixa a trama bastante diferente da obra literária, alterando o enredo e interpretação da obra.
6. Drácula e Mina não se relacionam amorosamente, em nenhum momento. Ela é objeto de sua vingança contra os homens que o caçava. Já na obra cinematográfica de 1992, de Francis Ford Coppola, apesar de ser uma das mais fiéis transposições, Mina aparece como uma reencarnação da noiva de Drácula, que cometeu suicídio após a falsa notícia da morte de seu noivo.
7. Diferente da humanização dos sentimentos de Drácula nas telonas, Brum o coloca como um monstro, esse que finge ser humano para encantar as pessoas. Porém é incapaz de ter qualquer sentimento, ele deixa todos sobre seu controle, seja por meio da violência, ou pelo seu misterioso encanto.
8. A partir deste relacionamento que as obras cinematográficas impõem na história de Drácula, as justificativas das maldades realizadas pelo Conde, não são mais por pura ruindade, mas sim para que possa recuperar seu antigo amor reencarnado. Na obra original, o vampiro é malfeitor nato.
9. Não é possível deixar de destacar a ligação do Conde Drácula com o príncipe da Valáquia, Vlad Tepes, que acontece apenas nos filmes.
10. Lucy, em uma versão, já foi amiga de Mina, outra foi irmã, outra cunhada. Figura não muito trabalhada por Stoker, já foi até amante do Drácula.
Por mais que os diretores tentassem fazer um filme do Drácula próximo ao original, Bram Stoker criou um monstro sem alma e sem redenção, fato que talvez o que o cinema jamais suportaria e não geraria o mínimo de empatia dos telespectadores.
Para saber mais sobre o Drácula nas telas, o filme “Drácula – A história nunca contada” e a série “Penny Dreadful”, na qual o vampiro aparece com a história entrelaçada com outros personagens aterrorizantes, estão disponíveis na plataforma de streaming Netflix.
E para ler a obra original, o selo Via Leitura, da Edipro, lançou uma nova versão incrível. Disponível para venda nas melhores livrarias do país.Reprodução
Daniel Bydlowski é cineasta brasileiro com Master in fine Arts pela University of Southern California e doutorando na University of California, em Santa Barbara, nos Estados Unidos. É membro do Directors Guild of America. Trabalhou ao lado de grandes nomes da indústria cinematográfica como Mark Jonathan Harris e Marsha Kinder em projetos com temas sociais importantes. Atualmente, está produzindo Bullies, um curta que conta a história de um garoto que sofre bullying na escola e precisa enfrentar seus medos.