Imagine uma São Paulo onde além de conviverem com os problemas de sempre, as pessoas ainda têm de lidar com uma infestação zumbi. Pensou em um cenário caótico? Bem, até poderia ser assim. Mas neste filme conceito, a capital paulista está longe de parecer aqueles universos pós-apocalípticos que estamos acostumados a ver no cinema. Muito pelo contrário: mesmo com as criaturas à solta, as pessoas não-contaminadas seguem as suas vidas.

Fernanda Gonçalves como a protagonista Joana

O roteiro é um dos diferenciais de “Cidade dos Mortos”. “Eu imaginei que o surto zumbi não exterminaria a civilização; a gente conviveria com essa ameaça a mais. Uma comparação não muito certa é a de uma guerra civil: ela está acontecendo, mas seguimos com nossas vidas”, explica Rodrigo Prata, produtor, roteirista, diretor de fotografia e editor do filme conceito.

O projeto audiovisual começou como um curta-metragem; mas durante a sua pré-produção, ficou claro que a história de Joana, mercenária que caça e extermina zumbis, precisava ser contada em um longa. No entanto, para colocar esse plano em prática, a equipe do filme precisa de apoio. Por isso, eles lançaram o filme conceito como uma forma de apresentar a estética e o universo de “Cidade dos Mortos”.

O teaser foi gravado em uma fábrica de farinha na capital paulista - dnaveh

“Por incrível que pareça, as maiores referências do projeto não são exatamente os filmes de zumbis”, conta Fernanda Gonçalves, que além de ser produtora do projeto, também interpreta a protagonista Joana. “Uma referência que o Rodrigo e eu sempre citamos é “Onde os Fracos Não Têm Vez” (2007). E Emily Blunt em “Sicario: Terra de Ninguém” (2015) inspirou muito na construção da Joana”.

Ela também adianta um pouco do roteiro do longa. “Vamos mostrar de onde Joana veio, qual é a relação dela com o extermínio dos zumbis e com a política”. A narração do rádio no começo do filme conceito também dá uma grande pista do período em que se passa a história: época de eleições municipais. Um momento que normalmente rende confusões até na nossa realidade sem zumbis. “O longa também tem essa questão do prefeito: a cidade vai receber um evento turístico muito grande. Por isso que a presença dos zumbis se torna um problema mais grave ainda”, revela Fernanda.

Apesar de não conhecermos tantos títulos nacionais como “Cidade dos Mortos”, Rodrigo explica que existe uma cena de filmes de terror já antiga, bem independente, que persiste até hoje no Brasil. “Talvez exista um certo receio das produtoras de arriscar nesse gênero porque existe uma competição com filmes internacionais de muita qualidade. Mas de qualquer jeito, isso está mudando”. Fernanda, por sua vez, observa: “quando virmos que estão investindo nesse tipo de filme, fazendo com a maior qualidade técnica possível e tudo mais, acho que aí uma indústria vai se desenvolver pensando nesse gênero, e não só na comédia”.

Confira o filme conceito de “Cidade dos Mortos”: