Mãe recebe críticas por envolver filhos em atividades domésticas

19/10/2016 18:43

“Eu ensino meu filho a cozinhar e fazer as tarefas domésticas. O trabalho doméstico não é só para mulheres”, escreveu  Nikkole Paulun de Monroe, que é mãe de dois meninos, sobre os comentários feitos para um post seu no Facebook em que um dos meninos aparece realizando atividades domésticas.

O post viralizou, Paulun recebeu mensagens de apoio por encorajar e ensinar os meninos a desempenharem atividades domésticas desde cedo, mas também uma série de críticas dizendo que ela estaria “escravizando” os filhos.

Na foto, Lyle de 6 anos aparece lavando louça e roupa e ajudando em outras tarefas domésticas.
Na foto, Lyle de 6 anos aparece lavando louça e roupa e ajudando em outras tarefas domésticas.

Afinal, até que ponto ajudar em casa é uma atividade que viola os direitos da infância -se caracterizando como trabalho infantil- e até que ponto é algo que contribui para o desenvolvimento das crianças?

De acordo com cartilha do UNICEF -Fundo das Nações Unidas pela Infância-, o trabalho infantil doméstico caracteriza-se como “aquele que é realizado por crianças e adolescentes, fora de suas casas e dentro da casa de terceiros, que tem sido executado em troca de um salário ínfimo ou de uma promessa de roupa, escola e alimentação”.

Apesar disso, quando se trata de atividades domésticas dentro da própria casa, o material aponta como possíveis violações de direitos da infância situações em que crianças, por assumirem tarefas domésticas, deixem a condição de “serem cuidadas” para serem “cuidadoras”, ou seja, assumam o papel do adulto, em vez de apoiarem o adulto em alguma atividade.

Em entrevista à Agência Brasil, Viviana Santiago, da Plan International Brasil, afirma que as meninas, por executarem afazeres domésticos dentro de suas próprias casas, acabam tendo muito menos tempo para brincar do que os meninos, por exemplo. “São desvantagens que as meninas vivenciam simplesmente por serem meninas. Em muitos contextos, as meninas vivenciam muito menos os seus direitos que os meninos”, disse.

Com informações de Bored Panda, Agência Brasil e UNICEF.