Movimento Slow Kids convida a viver uma infância sem pressa
No próximo dia 30 de novembro, domingo, famílias e crianças vão se encontrar no Parque Burle Marx com um único objetivo: aproveitar o tempo juntos sem pressa.
É a quarta edição do evento Slow Kids, uma parceria entre o Instituto Alana e a produtora Respire Cultura, que vai na contramão do que se vem esperando para as as crianças atualmente, que estão sendo criadas como “mine-executivos”, com agendas lotadas a semana inteira. O movimento foi criado pela gestora cultural Tatiana Weberman e a diretora de produção cinematográfica Juliana Borges que seguem a corrente de pensamento que prega a desaceleração da rotina das crianças.
O precursor dessa ideia é o escritor e jornalista Carl Honoré, autor de dois livros que dão base para o movimento, “The Power of Slow” e “Under Pressure”. No Brasil já está a venda o livro “Sob Pressão” onde Honoré trata do “slow parenting”. Em entrevista ao jornal Folha S. Paulo ele disse que “tudo começou quando a professora do seu filho disse que ele ‘era um jovem artista talentoso’. Na hora, a visão de criar o novo Picasso passou pela sua cabeça”, conta. No mesmo dia, ele começou a procurar cursos de arte para o filho, que na época tinha sete anos, até que o menino disse: “Pai, não quero ter um professor, só quero desenhar. Por que os adultos querem sempre cuidar de tudo?”.
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“Existem estudos que comprovam que o contato com a natureza favorece o desenvolvimento, a coordenação e o equilíbrio. O domingo no parque, ao ar livre e com atividades como de observação da natureza, favorece essa ideia” , afirma Tatiana Weberman. (Confira a programação completa aqui).
“Tempo é dinheiro” e o Dia Mundial Sem Compras
Também integra a da programação do dia, a famosa Feira de Trocas de Brinquedos, organizada pelo Instituto Alana. “É outra maneira de oferecer alternativas às crianças, propondo um consumo sustentável e a fuga da lógica de ganhar, comprar, acumular”, comenta Tatiane.
Um dia antes do evento, no dia 29 , é celebrado no Brasil e em mais 60 países o Dia Mundial Sem Compras. Para a psicóloga do projeto Criança e Consumo, Lais Fontenelle, “é importante marcar uma data de protesto contra o que estamos vivendo e se propor a ficar um dia sem comprar”, mas o fato de ocorrer logo após a Black Friday me causa estranheza, me deixa curiosa. É como se fosse uma cura para a ressaca das compras”, provoca.
A data surgiu em Vancouver, no Canadá, criado pelo artista Ted Dave 1992. Posteriormente, foi promovido pela revista canadense Adbusters. Em 1997, a data foi transferida para a sexta-feira após o Dia da Ação de Graças americano, um dos dias mais agitados de compras nos Estados Unidos.
A finalidade é incentivar as pessoas a refletirem sobre o consumismo excessivo e repensarem sobre novos estilos de vida baseados em um consumo consciente e sustentável.