Olimpíadas podem aumentar exploração sexual e trabalho infantil
As Olimpíadas 2016 podem provocar o aumento da exploração laboral e sexual infantil, avalia a Fundação Abrinq, que lançou a cartilha “Olimpíadas 2016 – juntos na proteção das crianças e adolescentes” dando orientações de como prevenir e denunciar ações que vitimizem crianças e adolescentes. Segundo a instituição, em grandes eventos como os Jogos Olímpicos, que devem atrair cerca de 500 mil turistas ao Rio de Janeiro, as crianças podem ser exploradas antes, durante e depois do seu término. Os jogos começam dia 6 e vão até dia 21 de agosto.
Segundo dados do Observatório da Criança e do Adolescente da Abrinq, cerca de 897 mil crianças com idade entre cinco e 14 anos trabalhavam em 2014.
A Fundação destaca locais onde o trabalho infantil ocorre com maior frequência: obras de infraestrutura anteriores ao início dos jogos; em aeroportos e rodoviárias; em locais turísticos como guias mirins, vendendo materiais esportivos e alimentos; no comércio de rua, executando malabares e pedindo esmolas. Também pontua setores econômicos que utilizam desse tipo de mão de obra, como a indústria da confecção, movimentada pela produção de roupas esportivas e da reciclagem de latas e papéis.
Como denunciar
O Conselho Tutelar é o órgão permanente e autônomo encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos das crianças e adolescentes. Cada município tem conselhos tutelares responsáveis. O Ministério Público do Trabalho recebe denúncias de situações de trabalho infantil no telefone 0800-111616 e no site www.mpt.gov.br.
Já com o aplicativo Proteja Brasil criado para facilitar denúncias e informar sobre violência contra crianças e adolescentes. A partir do local onde o usuário está, o app indica telefones e endereços e o melhor caminho para chegar a delegacias especializadas de infância e juventude, conselhos tutelares, varas da infância e organizações que ajudam a combater a violência contra a infância e adolescência nas principais cidades brasileiras.