Mãe luta para que filha trans use o banheiro feminino na escola

15/08/2016 14:45

A história de uma mãe, a pastora Kimberly Shappley, que mora no Texas, EUA, e está travando uma batalha judicial com a escola onde sua filha de 5 anos, Kai, estuda, para que ela possa usar o banheiro feminino da instituição, acende o debate sobre o direito das crianças trans.

Embora o governo federal do país, no final de maio desse ano, tenha emitido uma ordem para as escolas públicas de todo o país assegurando aos alunos o direito de usarem nas escolas os banheiros identificados para o gênero com que se identificam, muitos estados, inclusive o Texas, protestaram e entraram na Justiça contra o governo, e essa briga judicial está longe de acabar.

O diretor do distrito escolar do Texas, por conta da reivindicação da pastora, se manifestou afirmando que considera a questão dos direitos transgêneros uma fuga da “base bíblica na qual as leis deste país foram fundadas”.

Aos 3 anos, Joseph, que hoje está com 5 anos e se chama Kai, começou a dizer que era uma menina. Pouco tempo depois, como relata sua mãe, Kimberly, ele “começou a rezar para que ‘Joseph’ morresse e ficasse com Jesus”.

“Não adiantava tentar puni-lo ou discipliná-lo, continuava do jeito que era”. Kimberly, a mãe, então, conta que começou a buscar informações sobre crianças trans. Entre as descobertas veio o alarmante fato de que as crianças que não recebem apoio da família têm um risco significativamente mais alto de cometerem suicídio.

“Ela estava rezando para ir embora, para morrer, ir para o Céu. Meu bebê queria ir embora”, disse a pastora em entrevista à rede de televisão americana ABC News.

“Sou uma cristã devota e conservadora, ordenada como pastora da minha igreja”, conta ela, que tentou forçar Kai a se comportar como um menino quando ele era um bebê.”Isso mudou tudo. Eu escolhi ficar com as palavras de Jesus na Bíblia. Eu me prendi a essas palavras, rezei e o Senhor me ajudou a só ser a mãe da minha filha”, afirma ela.
“Sou uma cristã devota e conservadora, ordenada como pastora da minha igreja”, conta ela, que tentou forçar Kai a se comportar como um menino quando ele era um bebê.”Isso mudou tudo. Eu escolhi ficar com as palavras de Jesus na Bíblia. Eu me prendi a essas palavras, rezei e o Senhor me ajudou a só ser a mãe da minha filha”, afirma ela.

A luta para garantir os direitos da filha, Kai, começou em maio deste ano. “Eu fui ao campus e falei com a direção, tentei trabalhar com eles. Queria garantir que Kai não seria discriminada, poderia usar o banheiro das meninas, mas logo ficou muito aparente que o superintende tem um preconceito muito forte contra a comunidade LGBTQ”, disse ela.

Criticado pela pastora, o superintendente, John Kelly, publicou um artigo no Pearland Journal, um jornal local, em maio afirmando que considerava a ordem apenas “mais um exemplo de interferência inconstitucional e engenharia social do governo federal”. “O que vem depois? Legalizar a pedofilia e a poligamia? A menos que voltemos para a base bíblica na qual as leis deste país foram criadas, teremos problemas sérios, e não poderemos mais esperar a ajuda de Deus”, escreveu ele no jornal.

Kelly diz ainda que “a posição a administração do distrito é que as crianças cujos pais as declararem ‘transsexuais’ devem usar os banheiros do gênero indicado em sua certidão de nascimento. Esses alunos podem também usar um banheiro privado, com o da enfermeira da escola, se preferirem”. Em uma declaração à ABC News, a escola disse que essa política permanece.

Embora Kimberly diga que as ações da escola machuquem, ela também admite que “já foi como eles”, mas que mudou sua forma de pensar.

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Com informações de O Globo.