Praças e parques são locais de socialização para as crianças
Para o sociólogo e urbanista Robert Park a vizinhança como uma das formas mais estreitas de sociabilidade. É nela que podem se firmar sentimentos de amizade, de solidariedade, de lazer. Os parques e praças são promotores dessa sociabilidade ao permitir os encontros entre vizinhos, mesmo que desconhecidos. Ali, as crianças se unem para o futebol, negociam a ordem de quem desce primeiro no escorregador e, mesmo pequenas, acabam constituindo suas relações de vizinhança e diversas possibilidades de encontros mais próximos.
O passeio matinal com o bebê pela vizinhança cria laços entre as mães, babás e, futuramente, entre as próprias crianças. Mais que isso. O contato com o espaço público será essencial para criar valores de respeito à natureza e ao direito do outro.
Para a publicitária Flávia Pelegrini, uma das idealizadoras do blog Na Pracinha, falta mais consciência de pais e responsáveis de que praças e parques são uma opção de lazer para as crianças por permitir que elas explorem a criatividade e a curiosidade, gastem energia e se divirtam. “Muitas vezes, preferem fazer ‘passeios’ indoor com os filhos, em lugares com vários estímulos eletrônicos que podem inibir a criatividade das crianças, mas deixá-las quietas, ou incentivar o consumismo infantil”, afirma.
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Brincar ao ar livre é saudável, econômico, ecológico, distancia as crianças das telas e do foco no consumo. Para a especialista em educação ambiental e para o consumo Desirée Ruas, membro do Movimento Consciência e Consumo e da Rede Brasileira Infância e Consumo (Rebrinc), as crianças estão brincando pouco por causa do apelo tecnológico. “Muitos jogos eletrônicos e conteúdos televisivos incentivam cada vez mais o consumismo infantil, um problema de toda a sociedade, pois vai em direção oposta à sustentabilidade, além de desrespeitar a infância. Infelizmente, o lazer das famílias está atrelado a compras e gastos, com intenso bombardeio mercadológico sobre as crianças”, lamenta.