‘Tem criança no quintal’: conheça o projeto que leva crianças para explorar áreas naturais no RJ
O simples contato com ambientes naturais é o bastante para que as crianças sejam estimuladas em todos os seus sentidos, sem que seja necessário mais nenhum incentivo. Livres em ambientes vivos, os pequenos conseguem dialogar com a natureza através do corpo e do movimento. Foi para propiciar que as crianças tenham a oportunidade de viver essa experiência mesmo morando numa metrópole, que algumas famílias da cidade do Rio de Janeiro se uniram no projeto “Nosso Quintal”. Desde 2013, três vezes por semana, grupos de 10 crianças de dois a seis anos se reúnem na Praia do Forte e na Pista Cláudio Coutinho, zona norte do Rio de Janeiro, acompanhados de um educador e um familiar da turma, para brincar livremente.
A proposta é de garantir às crianças o direito de brincar, aprender e crescer em contato direto com a natureza, aproveitando as opções disponíveis no próprio entorno onde vivem.
“Percebemos que as crianças adquirem um desenvolvimento motor incrível, uma apropriação do próprio corpo e muita agilidade ao se locomoverem. É bonito ver a progressão de crianças que no início não se atiram em escalar uma árvore, e com o passar do tempo passam a escalá-las sem pedir ajuda”, comenta Lais Fleury, co-fundadora do Nosso Quintal e amante da natureza.
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Muitos estudos já comprovaram que o aparecimento de doenças como déficit de atenção e hiperatividade, surgem da falta de contato com a natureza. É o que o o jornalista e escritor Richard Louv chamou de transtorno de déficit de natureza no livro Last Child in the Woods (A última criança na floresta, ainda sem edição em português).
O Nosso Quintal pode comprovar este pensamento. Lais notou que crianças que no início tinham problemas de socialização e hiperatividade, passaram a se socializar com mais facilidade e a se tranquilizar com o contato com a natureza.
Algumas pesquisas também já demostraram as consequências de escolher deixar as crianças por muito tempo em locais fechados. Um trabalho realizado na Cidade do México identificou o aumento de 12% no risco de se desenvolver obesidade infantil para cada hora do dia em frente às telas. Vale ressaltar que a publicidade presente na televisão, também induz o consumo de alimentos não saudáveis.
Por isso, é importante projetos como este que estimulem o conhecimento por meio da observação e da interação com elementos mais “vivos”.