Colorindo pirocas
Texto por Débora Lopes. Fotos por Diego Cernohovsky
A paixão pelo corpo masculino é a principal inspiração do artista Diego Cernohovsky. Foram as partes íntimas dos amigos mais próximos e dos ex-namorados que alavancaram os primeiros esboços de seu ofício preferido na atualidade: desenhar pirocas.
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Nudes chegam todo o tempo: seja pelo inbox do Facebook, pelo Snapchat ou até mesmo pelas direct messages do Instagram. Muita gente quer ver o próprio pau transformado em desenho. Entre os comentários das postagens, chovem perguntas e xavecos. “De quem é esse?”, alguém pergunta. “Parece o meu”, outro responde.
Paulista, licenciado em artes visuais e educador de museu, Cernohovsky explica que o apreço pela nudez começou quando ele era estagiário da Bienal de São Paulo e conheceu o trabalho do artista Alair Gomes. “Ele buscava o ideal grego do corpo masculino através de fotografias”, fala. “Foi incrível ver aquela parede enorme e cheia de pintos.”
As primeiras referências para os desenhos vinham de fotos aleatórias na internet. Com o tempo, o envio de nudes facilitou a mão de obra. A não ser quando a foto chega numa qualidade ruim. “Em termos técnicos, a única dificuldade é a nude mal tirada, tremida e sem foco.” Equilibrar o celular e bater punheta é uma das principais dificuldades entre os homens hoje em dia, apontaria um estudo científico sobre o tema.
E o indissipável terror masculino? O que fazer com o medo de ter um pinto pequeno e ser motivo de chacota? Diego tranquiliza seus futuros retratados baseando-se no empirismo da experiência que é reproduzir bilaus. “Vários participantes, antes de enviar as fotos, disseram ser inseguros quanto ao seu corpo e ao tamanho do pênis.” Metade do planeta terra não se importa com isso, mas a outra metade se importa. O artista dá sua opinião: “Todos possuem sua beleza peculiar”. Tanto que um dos pipis chamou a atenção por ter um piercing gigantesco na cabeça. Afinal, cada um faz o que quiser com sua glande.
Enquanto a playlist vai de Caetano Veloso até Kylie Minogue, as pirocas ganham vida através do nanquim na sulfite A4. “Adoro desenhar no meu quarto com um incenso aceso e ouvindo música”, diz o especialista na arte de transpor pênis de todos os estilos, formatos, tamanhos e apetrechos para o papel.
Boa parte das obras foi parar no Facebook e no Instagram de Diego, que contabiliza: “Já desenhei 74 pintos”. A família, óbvio, ficou chocada. “Meus familiares me excluíram das redes sociais quando comecei a trabalhar com nudes.”
Dentre os planos para o futuro, está a intenção de… [Continue lendo aqui.]