7 coisas que aprendemos com Bill Sienkiewicz na CCXP 2016
A Comic Con Experience é um microcosmo nerd, geek e pop que procura atender o máximo possível de sonhos dos fãs. Quer conhecer seu ator favorito? Tem meet and greet com ele. Quer ver ao vivo e em cores as 12 armaduras dos Cavaleiros do Zodíaco? É só visitar a exibição delas. Quer aperfeiçoar as suas habilidades com os maiores nomes das HQs? Sim, isso também é possível.
A proposta das master classes – que podemos traduzir como “aulas de mestre” – é justamente aproximar os fãs de seu ídolos de uma forma mais didática. Em um auditório, o mestre convidado conta mais sobre o processo de criação das HQs e responde às dúvidas de seus fãs, que podem variar desde “qual trabalho você mais gostou de fazer” a “como eu faço para desenhar melhor”. Muitos desses fãs-alunos gostariam de trabalhar com quadrinhos – e há até quem leve seus esboços para pedir opiniões a profissionais.
Nesta sexta-feira, a CCXP ofereceu uma master class com Bill Sienkiewicz, artista e escritor americano famoso por trabalhos como ‘Novos Mutantes’ e ‘Elektra: Assassina’. Vencedor do Prêmio Eisner, o convidado disse que não se sentia um mestre de verdade – porém, em sua apresentação, o que não faltaram foram lições muito importantes (e bem-humoradas). Confira algumas delas:
- “Se você faz algo por muito tempo, se torna proficiente nisso”
Sienkiewicz comparou aprender a desenhar com tirar carteira de motorista: no começo, você tem que prestar atenção em tantas coisas que acaba ficando muito autoconsciente. Porém, com a prática, tudo se torna mais rápido e natural. “Desenhe todo santo dia”, disse.
- “Quando você lê quadrinhos, se torna um leitor melhor”
O artista contou que seu primeiro contato com as HQs foi quando ele ainda era criança, o que contribuiu para que ele desenvolvesse um vocabulário avançado para a sua idade. Além disso, ele considerou: “histórias em quadrinhos são uma ótima forma de contar histórias e comédia”.
- Brinque com revistas
Sienkiewicz costumava recortar fotos de pessoas em revistas. Ele recortava cada parte do rosto delas e as rearranjava para expressar melhor um sentimento – colocando a boca um pouco torta, por exemplo. Essa pode ser uma boa forma de praticar desenho e brincar com ideias.
- “Pessoas que usam fotografias como referência podem perder o dinamismo do desenho”
Imagine que você faz o seu desenho se baseando em uma foto na qual uma pessoa está com um punho esticado em sua direção. Ao desenhar o punho no tamanho certo – de acordo com a perspectiva -, o seu trabalho pode perder impacto. Já se você exagerar o tamanho do punho, isso traz dinamismo. “Pode ser melhor ter algo anatomicamente errado e emocionalmente certo”, disse Sienkiewicz.
- Não tenha medo de romper padrões
O personagem Warlock é do jeito que ele é porque Sienkiewicz queria fazer algo completamente do que os livros de anatomia que ele estudava mostravam. Estudar anatomia é importante, mas não precisa se prender à ciência sempre.
- “Eu começo com uma vassoura e termino com uma agulha”
Não há necessidade de começar pelos detalhes. O artista disse que gosta de começar o desenho fazendo algo grande, para, então, ir reduzindo a uma versão mais detalhada.
- A importância das formas
O problema de usar fotografias como referência é que o artista deixa de reparar em como as formas são feitas (e em como tudo é feito de formas simples). Então também é legal treinar desenho sem olhar nenhuma figura.