Alunos do Santa Cruz têm opiniões divididas sobre greve geral
Os alunos do tradicional Colégio Santa Cruz, em São Paulo, compartilharam opiniões divididas sobre a paralisação dos professores da instituição, que participação da greve geral nesta sexta-feira, dia 28, contra as reformas da Previdência e das leis trabalhistas que estão sendo propostas pelo governo Michel Temer e devem ser votadas no Congresso em breve.
Além dos docentes (da rede pública e privada), categorias de todos os 27 estados e do Distrito Federal estão aderindo à paralisação. Diante disso, estudantes divulgaram cartas abertas expressando seus posicionamentos. A primeira delas relata “total apoio à paralisação dos professores na greve geral”.
“Mas também por reconhecermos que as reformas na previdência e trabalhista representam um ataque a parcelas vulneráveis da população ao pautarem-se na retirada e redução de direitos conquistados pelos trabalhadores ao longo de anos de intensa e admirável luta política”, afirma o grupo de alunos no documento.
Os alunos também se dizem orgulhoso por “observar o engajamento de nossos professores em uma luta que diz respeito não somente a eles, mas a todos os trabalhadores e trabalhadoras que serão amplamente prejudicados com as reformas da previdência e trabalhista”. E admitem: o posicionamento não reflete a opinião de todos os alunos e alunas da escola.
Já outra carta feita por alunos do Santa Cruz rebate o manifesto divulgado pelos professores. “A posição defendida pelos professores falha em apresentar embasamento técnico e econômico. Defender políticas públicas pautadas em ideais de ‘justiça’ e ‘defesa dos mais pobres’ é meio caminho andado para a irresponsabilidade fiscal”, argumentam.
“Isso [o rombo da Previdência] impede tanto a estabilidade fiscal como maiores investimentos em outros setores. Em um país que, falando de Previdência, estão postas duas opções: a Reforma proposta pelo Governo ou o sistema atual, defender a segunda opção é usar o discurso da defesa de direitos para, na realidade, defender privilégios”, dizem os alunos.
O colégio, por sua vez, informa que não apoia a decisão dos professores, porém respeita o direito constitucional de greve da categoria. As aulas serão suspensas e haverá reposição das atividades previstas para o dia. Outras escolas tradicionais, como Palmares, Equipe e Lourenço Castanho e Sion, também cancelaram as aulas na sexta.