Morre Zygmunt Bauman, criador do conceito de modernidade líquida

Morreu nesta segunda-feira, 9, o filósofo e sociólogo contemporâneo polonês Zygmunt Bauman, informou o jornal Gazeta Wyborzca. A causa da morte não foi informada.

Considerado um dos intelectuais mais importantes do século XX, Bauman tinha 91 anos e morreu em Leeds, na Inglaterra, tendo se mantido ativo e trabalhando até os últimos momentos de sua vida.

Zygmunt Bauman

Nascido em 19 de novembro de 1925, em Poznan, Bauman se mudou ainda criança quando sua família, judia, fugiu do país e do nazismo para a União Soviética.

Embora tenha retornado à Polônia anos depois, onde foi professor da universidade de Varsóvia, foi destituído do posto e expulso do Partido Comunista após ter suas obras censuradas.

Em 1968, deixou o país, motivado pelas perseguições antissemitas que sofrera em decorrência da guerra árabe-israelense. Renunciou à sua nacionalidade, emigrou a Tel Aviv e se instalou, depois, na Universidade de Leeds (Inglaterra), onde desenvolveu a maior parte de sua carreira.

Bauman era criador do conceito de “modernidade líquida”, que fala sobre o individualismo e a efemeridade das relações, e abriu um vasto campo de estudos para as mais diferentes áreas, como a filosofia, a cultura e o relacionamento humano.

Entre outros prêmios e reconhecimentos, Bauman recebeu o Prêmio Amalfi de Sociologia e Ciências Sociais (1992), o Theodor W. Adorno (1998) e o Príncipe de Astúrias de Comunicação (2010).

Grande parte de suas obras foram traduzidas para o português. “Estranhos à nossa porta”, uma reflexão sobre a crise dos refugiados, tem data de lançamento prevista para 12 de janeiro no site da editora.

Conheça 9 obras essenciais para entender Bauman:

1. Amor Líquido;

2. Globalização: as Conseqüências Humanas;

3. Vigilância líquida;

4. 44 cartas do mundo líquido moderno;

5. A cultura no mundo líquido moderno;

6. Cegueira Moral;

7. Isto não é um diário;

8. Modernidade Líquida;

9. Vida para consumo.

E conheça mais sobre o filósofo nesta entrevista feita em 2015 pelo Observatório da Imprensa: