Os 10 professores inspiradores que ganharam o prêmio Educador Nota Dez
Para engrossar o coro das homenagens ao Dia do Professor, que tal prestigiar o trabalho dos 10 vencedores do Prêmio Educador Nota 10 deste ano? O concurso foi criado para incentivar e reconhecer ideias inovadoras na educação do ensino infantil e fundamental.
Os campeões foram escolhidos entre 50 projetos de professores e gestores selecionados por uma comissão composta por um grupo multidisciplinar de especialistas. Nesta edição, o número de inscrições chegou a 3.632, o maior desde 2010.
O Prêmio Educador Nota 10 é o mais importante da categoria na América Latina. Abaixo, conheça os 10 vencedores que, com ações simples e geniais, transformaram o meio escolar onde atuam:
- Falta de higiene bucal pode aumentar risco de câncer de cabeça e pescoço
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- O que acontece quando olhamos fixamente nos olhos de um cachorro, segundo a ciência
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Diego Mahfouz Faria Lima
Ensino Fundamental II – Diretor Escolar
Trabalho: “Minha escola: reconstrução coletiva”
Escola Municipal Darcy Ribeiro
São José do Rio Preto – SP
O diretor abraçou o desafio de transformar uma escola que era noticiada nos jornais locais e televisivos como a mais violenta, com as piores notas nas avaliações, com as maiores taxas de evasão e repetência escolar da cidade e da região, deixando os pais receosos em realizar a matrícula dos filhos. Ao longo de 1 ano e quatro meses ele conseguiu modificar o clima escolar, iniciando com uma grande reforma, contando com doações e ajuda de membros da comunidade escolar. Depois, professores, pais, funcionários, alunos, o Conselho Escolar e a Associação de Pais e Mestres foram convidados a elaborar coletivamente normas escolares para serem discutidas com os alunos. A gestão democrática mudou a forma como todos enxergam a instituição. Nos finais de semana acontece o Projeto Camerata Jovem Beethoven, que ensina gratuitamente música clássica aos alunos e outros interessados, além de aulas de artes plásticas e práticas esportivas. A escola passou a ser reconhecida pela comunidade como pertencente a mesma, conservando-a e ajudando em sua manutenção.
Alessandra Bremm
História – 4º ano
Trabalho: “Do samba ao funk”
Escola Estadual de Ensino Fundamental Professora Delfina Loureir
Lagoa Vermelha – RS
Ao ver que os alunos da turma de 4º ano passavam o dia cantando os grandes hits do momento, a professora Alessandra teve uma ideia: que tal ampliar o repertório musical das crianças, aproveitando para discutir questões sobre a história da música brasileira? A docente, então, elaborou um percurso para iniciar os pequenos em canções de diversos ritmos. Do sertanejo universitário à moda de viola, passando pelo samba, pelas modinhas de salão, pela MPB e o rock, os pequenos puderam conhecer e discutir momentos importantes da história do país, como a ditadura militar e o uso das músicas como instrumento de protesto. Para ampliar o trabalho, a garotada teve acesso a muitos outros materiais, como biografias, textos informativos e vídeos das diferentes épocas estudadas.
Andreia Fernandes de Souza
Trabalho: “Ler para estudar o mundo ao meu redor”
Língua Portuguesa – 5º ano
EE Fulvio Abramo
São Paulo – SP
A maior dificuldade da turma do 5º ano C era a interpretação dos textos. Em diversas atividades, Andreia diagnosticou que os alunos – mesmo aqueles que liam com fluência – não conseguiam perceber as minúcias presentes no texto de diversos gêneros e suportes. O trabalho realizado orientou as crianças a ler para estudar, a utilizar procedimentos de pesquisa (leitura, seleção da informação, pesquisa em diferentes suportes), a elaborar resumo e esquemas. Os temas de leitura foram sustentabilidade, Mata Atlântica e biomas brasileiros, entre outros. Para terminar o projeto, a turma preparou um seminário sobre o meio ambiente levando em conta o seu público-alvo: os alunos do 4º ano
Audaci Maria de Lima Silva
Educação Infantil – Creche
Trabalho: “Eu sou meu desenho”
Escola Municipal XV de Novembro
Camaragibe – PE
Para os pequenos, nada mais comum do que desenhar. Mas como intervir para fazer que avancem nos seus conhecimentos sobre essa forma de expressão tão importante para eles? Esse foi o dilema enfrentado por Audaci. Como solução, ela decidiu propor a eles atividades que envolvessem variadas técnicas, materiais e suportes: tinta, papel, giz e barbante foram alguns dos instrumentos utilizados pelas crianças. Além disso, a turma também visitou exposições no Museu de Arte Moderna de Recife e a Oficina Brennand, para enriquecer seu repertório. Assim, os rabiscos feitos por eles no início do ano foram aos poucos ganhando novas formas.
Fernando Ricardo Canindé Ribeiro Rufino
Artes – 7º ano
Trabalho: “Vias de Imagem”
Escola Municipal da Topolândia
São Sebastião – SP
A proposta prática de fotografia e produção de vídeo do professor Fernando foi realizada com alunos do 7º ano do Ensino Fundamental e também do Ensino de Jovens e Adultos (EJA). Na primeira etapa, a de fotografia, cada aluno foi orientado a observar angulações, luz, perspectivas e ideias para descobrir novas possibilidades de fotografar e superar padrões convencionais para retratar seus temas favoritos de maneira original e particular. Os participantes usaram os próprios smartphones para a produção das fotos, obtendo imagens criativas e de qualidade artística. Na parte dedicada ao vídeo, a turma aprendeu o que era sinopse, roteiro, storyboard, ficha técnica e produziu um curta metragem encenado pelos alunos, com resultado surpreendente, que firmou-os como autores e exercendo o fazer artístico.
Marcos Vilas Boas
Educação Física – 5º ano
Trabalho: “Rope Skipping: do individual ao coletivo”
EMEF Plácido de Castro
São Paulo – SP
O professor seguiu uma proposta educativa que visa promover o protagonismo juvenil, a socialização e a interação de crianças com idades iguais e diferentes. Depois de observar alguns recreios, teve a ideia de trabalhar com a turma jogos e brincadeiras de “pular corda”. No 5º ano, onde 20 dos 33 alunos diziam não conhecer essa atividade, ele apresentou o esporte, chamado rope skipping. Por meio de situações e desafios cumulativos, pulando de forma individual, em dupla ou em grupos, ele introduziu conceitos de ginástica para todos e de dança de rua, além de explorar o tema como esporte e saúde. Como o rope skipping exige harmonia entre batedores e saltadores, a ação faz os participantes olharem atentamente e colaborarem uns com os outros. O projeto terminou com uma apresentação dos alunos para as famílias e com visitas a outras escolas, incluindo e motivando a participação de outras crianças na prática.
Paloma Silva Santos
Geografia – 7º ano
Trabalho: “Feira livre: espaço de aprendizagem”
Escola Estadual José de Alencar Cardoso
Aracaju – SE
A professora Paloma enxergou nas situações de discriminação contra quem trabalhava na feira a oportunidade de discutir vários conteúdos da sua disciplina, como as relações de trabalho, os setores da Economia e a dinâmica entre cidade-campo. Para atingir seus objetivos, ela conduziu a garotada em uma exploração por vários conceitos da Geografia que ajudaram a refletir sobre a feira livre como um espaço social. O projeto incluiu também uma visita da garotada à feira do Bugio, bairro em que a escola está localizada. Lá, eles coletaram informações que depois analisaram para consolidar suas aprendizagens.
Rosana Maria Pichuti Gandolphi
Alfabetização – 1º e 2º ano
Trabalho: “Quem canta…”
EMEF Profª Paula Zangrando
Meridiano – SP
Em uma turma multisseriada (de 1º e 2º ano) de uma escola do campo, a professora Rosana resgatou as cantigas e as parlendas recitadas ao pular cordas, uma realidade presente no cotidiano daquele pequeno vilarejo, onde as brincadeiras de rua ainda prevalecem como passatempo preferido das crianças. Para avançar no sistema de escrita alfabético, os alunos registraram textos que sabiam de memória, participaram de situações de escrita coletiva, aprenderam uma variedade de cantigas, interagiram uns com os outros para produzir textos, desenvolveram comportamento de leitor e escritor, ampliaram seu vocabulário. Ao final do projeto, as crianças confeccionaram um livrinho de cantigas para ser entregue à turma da creche.
Valter Pereira de Menezes
Ciências – 9º ano
Trabalho: “Água limpa para os curumins do Tracajá”
Parintins – AM
Para a comunidade ribeirinha de Santo Antônio do Tracajá, onde vivem cerca de 600 pessoas, um dos maiores problemas era o uso da água. Sem rede de esgoto nem água potável encanada, a incidência de problemas de saúde era muito grande. Nesse contexto, o professor Valter elaborou um projeto para envolver a turma de 9º ano em discussões sobre a importância desse recurso e pensar em estratégias para solucionar o problema enfrentado por eles. Depois de pesquisas, leituras de textos, e por meio de uma parceria com ONGs locais, escola e comunidade trabalharam juntos para instalar filtros de areia e fossas biológicas nas casas da região, ajudando não apenas a proteger a saúde da população, como também a preservar o meio que os cerca.
Vânia Emília Dourado
Ciências – 1º ano
Trabalho: “Vou Contar um Segredo!”
Leolino José Fernandes
Iraquara – BA
Vânia decidiu tratar de um tema muito importante para as crianças de 1º ano com quem trabalhava: o pum. Como o assunto sempre era debatido com as turmas em que dava aula – quando surgia um cheiro estranho, os alunos iniciavam uma caçada para encontrar o responsável por “empestear a sala” –, ela decidiu explorar os conteúdos científicos por trás desse assunto. Com leituras de textos informativos, análise de imagens científicas e experimentos, as crianças aprenderam sobre a digestão, a formação dos gases e o porquê do fedor. Ao final, todo o conhecimento acumulado no projeto foi reunido pelas crianças e organizado para ser exposto em um painel. O objetivo da turminha era compartilhar as informações que aprenderam e passar uma mensagem da maior importância: soltar pum é algo absolutamente natural.