Como Paola superou dívida de R$ 2 mi e abriu o próprio negócio

07/06/2017 16:05

Jurada do MasterChef Brasil, Paola Carosella também é proprietária dos restaurantes Arturito e La Guapa, em São Paulo.

Sobre sua trajetória até os dias atuais,  ela relembrou o começo na cozinha e o que aprendeu com o empreendedorismo durante o Day1, evento realizado pela Endeavor em parceria com o Sebrae, que aconteceu nesta semana.

Ela começou a discursar revelando um dia decisivo na sua carreira, no caso, o seu “Day1”: “Eu tinha 40 anos de idade – hoje, tenho 44. Estava no Brasil havia doze anos. Tinha uma filha de dois anos. Era dona de um restaurante quase falindo. Um relacionamento absolutamente falido também. E estava morando no cheque especial”.

“As únicas certezas da vida se aprendem no inferno. Eu tinha errado o suficiente para saber reconhecer um sócio que tivesse um jeito que me completasse e que crescêssemos juntos”
“As únicas certezas da vida se aprendem no inferno. Eu tinha errado o suficiente para saber reconhecer um sócio que tivesse um jeito que me completasse e que crescêssemos juntos”

Tudo começou no dia em que ela colou duas folhas de papel na parede. Numa estava escrito “hoje” . Na outra, daqui a dois anos. Foi nesse dia que ela passou a ter quatro certezas:

“A primeira é que eu irei morrer, algum dia. A segunda certeza é que eu não sou feliz na vida que tenho, não é isso que eu quero. A terceira é que eu preciso fazer alguma coisa, porque ninguém irá mudar a vida por mim. E a última: eu sou cozinheira”, contou durante a apresentação.

O começo na cozinha

De “uma estagiária invisível” à chef de renomados restaurantes da Europa e dos Estados Unidos, Paola decidiu abrir o próprio negócio, após recorrer a uma pequena herança dos pais.

Seu primeiro restaurante, chamado Julia, foi bem sucedido na cozinha – mas fechou por conta de uma sociedade que não funcionava mais. “A gente talvez até pudesse se resolver, mas continuaríamos no mesmo lugar. Não iríamos para frente. E eu queria ir além.”

Na segunda tentativa, ela investiu seus esforços no restaurante chamado Arturito. Desta vez, Carosella assegurou que o problema não era um sócio, mas sim sete deles.

“Ótimas pessoas, mas com ideias diferentes. Eu tinha muito claro o que eu queria fazer: abrir um restaurante generoso, com um impacto na sociedade muito maior do que ter clientes e um bom ticket médio. Queria ter pessoas felizes, um espaço branco e aberto, que soltasse raízes e tivesse hortas. Mas o que eu tinha era uma espécie de boate: um lugar todo preto, com música longe, caríssimo e com 14 mestres de cozinha. Cafona.”

Mesmo com todo dinheiro investido, bom faturamento, Carosella não Carosella não acreditava no projeto que tinha em mãos. De modo que não chegava a um acordo com os outros sete sócios.

Uma nova guinada na sua vida aconteceria logo depois, em 2012, quando Paola se tornou mãe: “Aí, eu soltei todas as minhas unhas e falei que precisávamos mudar. Não sei se estava sentindo uma tendência de mercado, mas tinha certeza absoluta de que o Brasil iria mudar e que a gastronomia, no modelo de toda sua parafernália, não iria mais funcionar.”

Recomeço 

No dia seguinte, Carosella ligou para o banco, viu quanto dinheiro tinha disponível e pegou um empréstimo de 2 milhões de reais. A garantia de pagar a dívida era apenas sua própria dedicação.

Com o dinheiro, conseguiu chegar a um acordo com os outros sócios e se tornou a única dona do Arturito. O restaurante, porém, já sofria com queda no número de clientes – e 40 funcionários ansiosos por melhoras.

“Fiz a única coisa que sabia fazer: trabalhar. Virei uma espécie de polvo no restaurante – em qualquer local dele, eu estava lá, desde desentupir a privada do banheiro até ir à junta comercial. Fiz tudo que era necessário para recompor a empresa.”

Passados quatro anos, hoje o Arturito esbanja clientela e funcionários. Enquanto o La Guapa vale 40 vezes mais do que seu investimento inicial. Todos os empréstimos que Carosella tomou foram pagos.

“Hoje, eu tenho a certeza de que eu consigo traçar o destino da minha vida. Tenho uma riqueza que não vem do dinheiro, e sim de ter olhado para trás e saber que os sonhos que eu tive já não têm limites”. Confira a matéria completa no site da revista Exame. E o depoimento de Paola, você confere abaixo: