Por que grandes empresas investem em diversidade e inclusão?
Às vésperas de mais um 1º de maio, a intolerância no mercado de trabalho ainda é tema de um importante e necessário apontamento: a exclusão profissional de LGBTs
Às vésperas de mais um 1º de maio, data que celebra o Dia do Trabalho, a intolerância no mercado ainda é tema de um importante e necessário apontamento: a exclusão profissional de LGBTs. Pesquisa recente, realizada pela Elancers, divulga em números as consequências da homofobia que, ainda hoje, é uma realidade para milhões de brasileiros: uma em cada cinco empresas admite não contratar um candidato homossexual .
Para abordar a questão, mostramos como as empresas estão tratando a Diversidade e Inclusão no ambiente profissional. Como grandes organizações, mais plurais e diversas, criaram nos últimos anos Comitês de Diversidade com pilares que elaboram ações e práticas específicas a cada grupo.
Estudos recentes mostram que empresas que investem na inclusão de pessoas de diferentes raças, etnias e orientações sexuais tendem a ser mais inovadoras. Segundo pesquisa realizada pela Forbes, em 2015, com 321 grandes empresas globais, 85% delas concordaram que a diversidade é crucial para promover inovação no trabalho, já que engloba profissionais de diferentes perfis e com backgrounds distintos.
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Além disso, funcionários tem a percepção de valor da diversidade cultural dentro das empresas. Em levantamento feito pela Randstad, 87% dos profissionais no mundo valorizam a diversidade no ambiente de trabalho, e no Brasil, esse número chega a 91%.
Com a percepção desses números e da necessidade de maior inclusão no ambiente de trabalho, algumas empresas, como a Microsoft, têm investido em políticas e ações para aumentar a diversidade em seu time de funcionários.
Diversidade & Inclusão na Microsoft
Na Microsoft, para colocar em prática essas questões, surgiu em 2012 o Comitê de Diversidade e Inclusão, com quatro pilares definidos a serem trabalhados: Mulheres, LGBTQ, PwD (Pessoas com deficiência) e Blacks at Microsoft (BAM). Cada um deles possui práticas voltadas a seu público-alvo e realiza ações e debates acerca dos temas.
O Pilar Mulheres foi o primeiro a surgir dentro do Comitê e traz, frequentemente, ações para incentivar o aumento do número de mulheres nas áreas de tecnologia. A campanha Eu Posso Programar Para Meninas, por exemplo, convoca nas redes sociais meninas que queiram aprender programação e, por meio de um curso online didático, ensinam os primeiros passos na linguagem de códigos. Outro projeto, o #MakeWhatsNext, incentiva jovens garotas a cursarem áreas de STEM (ciências, tecnologias, engenharia e matemática) que são predominantemente masculinas. Além das campanhas externas, outras práticas buscam também a maior presença de mulheres na empresa, como a política de que em todos os processos de recrutamento deve haver pelo menos uma mulher entre os candidatos finalistas.
Para tornar a empresa mais inclusivas para pessoas LGBT, surgiu em 2016 o pilar que trata assuntos relacionados à orientação sexual e identidade de gênero. Algumas atividades já realizadas foram a participação de colaboradores da Microsoft na Parada Gay de São Paulo em 2016 e na LGBT Tech, evento que uniu funcionários de empresas de tecnologia para incentivar práticas de diversidade e tornar o ambiente de trabalho mais inclusivo. No final de semana da Parada Gay, inclusive, foi lançado o app Espaço Zero, um mapa colaborativo que mostra lugares onde ocorre homofobia em São Paulo, desenvolvido em parceria com o Catraca Livre e com o Instituo Eldorado.
Já a inclusão de um número maior de negros na empresa é o objetivo principal do BAM (Blacks at Microsoft). A Microsoft já fez parceria com a prefeitura de São Paulo na criação do Portal SP Diverso, que facilita a conexão de profissionais negros a ofertas de emprego, e recebeu em 2016, pela Secretaria Municipal da Promoção da Igualdade Racial, o prêmio de Melhor Empresa de Ação Afirmativa. A empresa tem ainda parcerias para capacitação e captação de talentos com a Universidade Zumbi dos Palmares.
O Pilar PwD possui parcerias com empresas e entidades para tornar a tecnologia acessível a todos. Junto ao Trust for the Americas, a Microsoft trabalha na capacitação de jovens com deficiência na Rede POETA (Parceria para Oportunidades Econômicas através da Tecnologias nas Américas). Atualmente são 3 centros POETAs, em Santo André, Curitiba e Brasília, equipados com tecnologia Microsoft para a capacitação desses jovens. Dos 4.150 jovens que já frequentaram os Centros, 80% obtiveram oportunidades no mercado de trabalho.