Quais empregos os brasileiros estão pedindo de Natal?

O Indeed, ferramenta online de buscas de empregos no mundo, levantou as palavras chaves mais buscadas na plataforma nos últimos três meses no Brasil. Entre as mais procuradas destacam-se: loja, aeroporto e hotel. Juntas, em média, elas tiveram um crescimento combinado de 40%, entre 2016 e 2017.

O processo de reaquecimento da economia brasileira aliado ao crescimento de vendas impulsionadas pelo Natal e ao período de férias refletiram no aumento da busca por essas vagas.

Segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), as vendas de Natal deste ano devem ter alta de 7% frente ao mesmo período do ano anterior. Já a Associação Brasileira de Agência de Viagens (ABAV) prevê que mais de 60% dos turistas brasileiros devem viajar para destinos no País no fim do ano. “As pessoas estão aproveitando as movimentações dessa época. Para muitos, um trabalho temporário, por exemplo, pode ser a oportunidade para uma posição efetiva”, explica Chris McDonald, vice-presidente de Vendas do Brasil e Ásia Pacífico. “Os tipos de vagas que os candidatos estão procurando nos contam muito não só sobre o mundo do trabalho, mas também sobre tendências sociais”, conclui.

Desemprego é de 12,2% e atinge 12,7 milhões de trabalhadores, segundo dados do IBGE
Créditos: Getty Images/iStockphoto
Desemprego é de 12,2% e atinge 12,7 milhões de trabalhadores, segundo dados do IBGE

Áreas tradicionais continuam em alta

O Indeed revelou também que as palavras direito, banco e TI também estão entre as mais buscadas na plataforma. Essas áreas administrativa, legal e tecnologia são mais tradicionais e inspiram interesse em grande parte da população. Juntas, somaram em média 22% de aumento nas buscas. As possibilidades de vagas são variadas dentro desse escopo.

Primeiro emprego

O levantamento feito pelo Indeed mostra também que aumentaram as buscas pelas palavras “primeiro emprego” (em 16%) e “estágio” (em 12%) na plataforma no Brasil. Segundo Chris McDonald, encontrar o primeiro emprego não é uma tarefa fácil.

Muitas empresas exigem algum grau de experiência e deixam de levar em conta outros pontos positivos ao abrirem as portas aos jovens que estão procurando pela primeira oportunidade. “Menores custos com salários não são os únicos pontos positivos para os empregadores. Há outras razões para uma empresa considerar uma estratégia de contratação que inclua recrutar candidatos ingressando no mercado de trabalho, como o entusiasmo e a ambição de quem está começando, além da facilidade de adaptação, a sede pelo conhecimento e o domínio de tecnologias, já que os jovens são nativos digitais”, explica. “Outra vantagem é que as organizações podem treinar os novos funcionários para aprender sua cultura, seus métodos e melhores práticas, sem o risco de serem atrapalhados por antigos hábitos”, conclui.

Home office é uma tendência global

O trabalho remoto (home office) está entre as maiores tendências na busca de emprego de diversos países, como EUA, França, Índia e Austrália. As palavras “trabalho remoto” e “flexibilidade” estão entre as mais buscadas de acordo com a pesquisa global do Indeed.

Os avanços rápidos na tecnologia levaram muitas empresas a adotarem abordagens mais flexíveis para o trabalho remoto. Os trabalhadores, principalmente os millennials, estão valorizando cada vez mais uma melhor qualidade de vida.

No Brasil, os termos que remetem ao trabalho remoto não estão entre os mais buscados. Isso se deve ao fato de que no País a atividade não era regulamentada, portanto, muitas empresas não adotavam a prática. A partir da nova legislação trabalhista, que passou a vigorar em 11 de novembro de 2017, porém, a flexibilidade do ambiente de trabalho deve passar de um desejo de muitos brasileiros para uma realidade, já que alguns artigos que alteram o texto da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) formalizam e estruturam a disciplina do teletrabalho. Segundo estudo da SAP Consultoria, com a reforma, a previsão é que o trabalho remoto cresça em torno de 15% ao ano.

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