Ensaio ‘Natureza Mãe’ reúne mães e bebês para celebrar beleza natural

22/09/2015 13:23 / Atualizado em 04/05/2020 17:43

“Toda a nudez será castigada”, disse o escritor Nelson Rodrigues. Para a fotógrafa Kalu Brum, especialista em fotografias de parto e gestantes, “em uma sociedade em que corpos humanos se transformaram em mercadoria, a nudez natural é uma atitude para quebrar paradigmas”.

Depois de tornarem mães muitas mulheres passam a ter vergonha do corpo pelas novas marcas que aparecem. “Marcas que são as tatuagens desta nova e bonita fase e que não são valorizadas pela mídia e nem mesmo por pessoas comuns”, afirma Kalu.

Para mudar um pouco essa realidade, Kalu reuniu mães e gestantes num ensaio coletivo para celebrar a beleza natural, no projeto “Natureza mãe”. Em setembro deste ano, as mulheres se reuniram em uma cachoeira em Nova Lima, Minas Gerais. “As mulheres foram chegando, despindo seus bebês e tirando as roupas. Quando vi era a única que continuava vestida”, lembra a fotógrafa.

Uma nova sessão será realizada em outubro de 2015 e o projeto tem intenção de se transformar em uma exposição e um livro.

Veja as fotos e depoimentos das participantes

Mariana de Castro Costa
Mariana de Castro Costa
Não tenho como mensurar a satisfação de me sentir livre novamente e de compartilhar isso tudo com outras pessoas: a beleza verdadeira de estar nua, com meu corpo com as marcas e cicatrizes que ele ganhou nesta aventura que é gestar, parir e maternar. O sorriso, a alegria e o relaxamento da minha filha durante as fotos me fez reforçar toda a paixão que sinto por ela e por toda a natureza”, conta Mariana de Castro Costa, 30 anos mãe de Letícia de 06 meses, que mama em livre demanda e exclusivamente.
Não tenho como mensurar a satisfação de me sentir livre novamente e de compartilhar isso tudo com outras pessoas: a beleza verdadeira de estar nua, com meu corpo com as marcas e cicatrizes que ele ganhou nesta aventura que é gestar, parir e maternar. O sorriso, a alegria e o relaxamento da minha filha durante as fotos me fez reforçar toda a paixão que sinto por ela e por toda a natureza”, conta Mariana de Castro Costa, 30 anos mãe de Letícia de 06 meses, que mama em livre demanda e exclusivamente.
Jessica Souza, 25 anos.
Jessica Souza, 25 anos.
Eu tinha muito medo de não conseguir sequer ultrapassar a média de amamentação das brasileiras, tinha medo de nem chegar nos 54 dias. Então cada dia pra mim é uma conquista a ser celebrada. Estou num caminho de aceitação e reapropriação do meu corpo. Estar junto de mulheres maravilhosas contagia e me fez sentir maravilhosa também. Saí daquelas águas mais feliz comigo mesma e grata pela beleza de ser quem sou e de lutar minhas batalhas”, Jessica Souza, 25 anos mãe do Tales de 4 meses.
Eu tinha muito medo de não conseguir sequer ultrapassar a média de amamentação das brasileiras, tinha medo de nem chegar nos 54 dias. Então cada dia pra mim é uma conquista a ser celebrada. Estou num caminho de aceitação e reapropriação do meu corpo. Estar junto de mulheres maravilhosas contagia e me fez sentir maravilhosa também. Saí daquelas águas mais feliz comigo mesma e grata pela beleza de ser quem sou e de lutar minhas batalhas”, Jessica Souza, 25 anos mãe do Tales de 4 meses.
Pollyanna Alves Martins com Kalu, 11 meses.
Pollyanna Alves Martins com Kalu, 11 meses.
A princípio achei que teria vergonha da minha nudez, do meu corpo de mãe, das cicatrizes da vida. Eu sabia que durante a sessão ia trabalhar a minha aceitação, amor próprio, naturalidade das minhas cicatrizes que são tatuagens da vida. Nunca me senti tão realizada e feliz assim. Águas mágicas. Senti uma infinita admiração pela história das mulheres presentes, por estarmos ali representando tantas outras mulheres, por desmistificar estereótipos de padrões moldados à bisturi. Desconstruir tudo que engloba a nudez como foi registrada é importantíssimo. Para o Gabriel, 3 anos, foi fundamental, penso. Ele viu cada mulher como realmente é. Nada moldado à bisturi. Beleza pura, plena e natural. Senti a minha feminilidade, conexão com a mãe terra e a minha deusa interior. Me senti privilegiada e grata por estar diante de mulheres fortes, guerreiras e empoderadas, verdadeiras deusas”, diz Pollyanna Alves Martins, mãe do Gabriel, 3 anos e Kalu, 11 meses.
A princípio achei que teria vergonha da minha nudez, do meu corpo de mãe, das cicatrizes da vida. Eu sabia que durante a sessão ia trabalhar a minha aceitação, amor próprio, naturalidade das minhas cicatrizes que são tatuagens da vida. Nunca me senti tão realizada e feliz assim. Águas mágicas. Senti uma infinita admiração pela história das mulheres presentes, por estarmos ali representando tantas outras mulheres, por desmistificar estereótipos de padrões moldados à bisturi. Desconstruir tudo que engloba a nudez como foi registrada é importantíssimo. Para o Gabriel, 3 anos, foi fundamental, penso. Ele viu cada mulher como realmente é. Nada moldado à bisturi. Beleza pura, plena e natural. Senti a minha feminilidade, conexão com a mãe terra e a minha deusa interior. Me senti privilegiada e grata por estar diante de mulheres fortes, guerreiras e empoderadas, verdadeiras deusas”, diz Pollyanna Alves Martins, mãe do Gabriel, 3 anos e Kalu, 11 meses.
“A manhã de um sábado ensolarado foi uma oportunidade de grandes encontros e fortalecimentos. O encontro da mulher com a natureza, da mulher com a outra mulher, da mulher com o próprio corpo, o encontro da aceitação e da não aceitação, de olhares especiais. O grande encontro das coisinhas internas que são desvendadas quando nos abrimos para o novo. E, ao encontrarmos, tornou-se possível o fortalecimento”, conta Ana Rafaela Ribeiro, grávida de 36 semanas.
“A manhã de um sábado ensolarado foi uma oportunidade de grandes encontros e fortalecimentos. O encontro da mulher com a natureza, da mulher com a outra mulher, da mulher com o próprio corpo, o encontro da aceitação e da não aceitação, de olhares especiais. O grande encontro das coisinhas internas que são desvendadas quando nos abrimos para o novo. E, ao encontrarmos, tornou-se possível o fortalecimento”, conta Ana Rafaela Ribeiro, grávida de 36 semanas.
Ana Rafaela Ribeiro, grávida de 36 semanas.
Ana Rafaela Ribeiro, grávida de 36 semanas.
articipar do ensaio foi muito gostoso para mim. Achei q fosse ficar com vergonha, principalmente porque estou acima do peso e isso me incomoda muito. Confesso que cheguei a pensar em não aparecer algumas vezes, por vergonha de me mostrar. Mas me encarei e assumi como estou agora.E foi surpreendente. Foi tudo tão natural, sem preconceitos ou julgamentos que me senti super bem, integrada às pessoas q estavam ali e à natureza. Esqueci a questão do corpo. O ensaio me tocou numa esfera muito superior. Meu filho todo feliz tambem, brincando com a água, tentando pegar as folhinhas. Sensação maravilhosa ve-lo conhecendo a natureza e gostando, saindo dessa rotina de vida tão urbana/industrializada que vivemos. Não pensei que seria tão bom. Lidiane Rodrigues Rabelo, 35 anos mãe do Lucas, 8 meses.
articipar do ensaio foi muito gostoso para mim. Achei q fosse ficar com vergonha, principalmente porque estou acima do peso e isso me incomoda muito. Confesso que cheguei a pensar em não aparecer algumas vezes, por vergonha de me mostrar. Mas me encarei e assumi como estou agora.E foi surpreendente. Foi tudo tão natural, sem preconceitos ou julgamentos que me senti super bem, integrada às pessoas q estavam ali e à natureza. Esqueci a questão do corpo. O ensaio me tocou numa esfera muito superior. Meu filho todo feliz tambem, brincando com a água, tentando pegar as folhinhas. Sensação maravilhosa ve-lo conhecendo a natureza e gostando, saindo dessa rotina de vida tão urbana/industrializada que vivemos. Não pensei que seria tão bom. Lidiane Rodrigues Rabelo, 35 anos mãe do Lucas, 8 meses.