Daniela Vega é a primeira atriz transexual indicada ao Oscar

A estrela do filme chileno, “A Mulher Fantástica”, Daniela Vega, 28, é a primeira atriz transexual que recebe uma indicação ao Oscar. A produção concorre ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro.

Além de atuar, Vega, é cantora lírica desde os 8 anos de idade. Ela começou sua atividade em Santiago com pequenas apresentações. Na capital também desenvolveu o seu talento no teatro, mas foi em 2014, que ganhou destaque após participar do clipe “Maria”, de Manuel García.

Pouco tempo depois, em 2017, estrelou a produção indicada e aclamada pela crítica no Festival Internacional de Cinema de Berlim. O enredo garantiu o Urso de Prata para Melhor Roteiro, que conta também a história de uma mulheres trans. Confira:

“O filme, é sobre uma jovem e um homem velho, eles se apaixonam e vivem juntos. Uma noite ele morre e a sua família decide bloquear meu personagem do funeral e todos os rituais sobre a morte. Meu personagem estava muito confuso e perdido na vida, naquele momento. E é um filme sobre amor, morte e coragem”, disse em uma entrevista ao site W Magazine.

Ela ainda ressalta que a trama não é só sobre uma transexual, mas de como a vida é “igual” para todos nós e como passamos por dificuldades em nossa trajetória. Esta também é uma forma de ativismo, ainda que indireta.

“O filme, é sobre o que estamos fazendo com a nossa empatia, o que estamos fazendo com o nosso amor, o que estamos fazendo neste momento nesta pequena parte da história e o que você está fazendo para consertar o passado e construir um futuro melhor para as próximas gerações”, ressalta.

Daniela conquistou o Prêmio Ibero-Americano de Cinema Fênix de Melhor Atriz

Sobre o fato de ser a primeira e única mulher nomeada ao prêmio, ela comenta que não existe um incômodo pela repetição do pódio, ou sobre sua transição e sexualidade. Ao contrário, Vega mostra que está acostumada com isso e acha bom.

“Não me incomoda e eu entendo. Olha, eu era a única menina trans na minha escola, a única menina trans na minha vizinhança, a única menina trans no meu prédio, a primeira menina trans para muitos namorados… Então, não é algo que me surpreende tanto. Estou visível, a tarefa é para os outros se abrirem para essa possibilidade de conexão”, destacou em uma entrevista para a BBC.

A transição de Marina começou aos 15 anos, quando os próprios pais questionaram se ela era homossexual. Em resposta, a adolescente disse: “Eu me sinto como uma menina”. Pouco tempo depois eles compraram um estojo de maquiagem para ela.

Apesar de receber destaque pela atuação e por ser a primeira mulheres trans indicada, a atriz não se coloca como ativista.  No entanto, Marina Vega, ainda não mudou seu na identidade e disse que não vai alterar seu registro até que o Chile tenha uma lei de identidade de gênero para que todos possam fazer o mesmo.

Em janeiro, a artista registrou em seu Instagram uma das exibições feitas nos EUA. A sessão contou com a presença de outra atriz trans, Laverne Cox. “Lá eu pensei, quão bela é a arte que liga pessoas de lá e aqui. Quão bonita é a resistência, quão bom é pertencer”, afirmou no post.

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Anoche fuimos a una función de #UnaMujerFantastica organizada por @glaad . Ya, todo regio, llegamos, entramos a la sala, y empezamos el conversatorio con los asistentes. Derepente veo que alguien levanta la mano… Se parece a la @lavernecox , me dije. (como se me quedaron los anteojos, no veia bien) Ya, la mujer hizo su pregunta y tate, caché que era ella pos. Y al lado voy cachando que estaba nada mas y nada menos que @angelicaross , que también hizo una pregunta. Y luego miré así como jugando mas acá y estaba la @zackarydrucker . Ahi pensé, que bonito es el arte que conecta personas de allá y de acá. Que linda es la resistencia, que lindo es pertenecer. Gracias chiquillas por estar ahi, por sus palabras. Gracias a toda la chiquillada rebelde y diversa que llenó la sala anoche aqui en los angeles. Fue muy bonito ❤✨

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