Fernanda Souza e racismo: ‘Tenho que entender esse universo’
Uma declaração recente da atriz Fernanda Souza levou a atenção da imprensa para a questão do racismo na infância. Como uma mulher branca, que nunca sofreu discriminação por conta de sua cor, a futura mãe conta que começa a olhar para esse universo, do racismo, com outros olhos.
“Hoje penso no lance da cor porque serei mãe de uma criança negra, tenho que entender como funciona esse universo”, afirmou em entrevista à revista Cosmopolitan.
A atriz é casada com o cantor Thiaguinho, e revela que conta com o marido para construir um olhar mais sensível e consciente sobre o racismo.
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O racismo fere e, infelizmente, muitas crianças ainda têm suas vidas marcadas pelo preconceito e marginalização consequente. Silvio Kaloustian, coordenador do Unicef – Fundo das Nações Unidas para a Infância – aponta o racismo como uma das principais causas da marginalização de crianças em nossa sociedade.
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O papel da família e da escola no combate ao racismo na infância, empoderando a criança e nutrindo sua autoestima, é muito importante.
Em depoimento gravado e compartilhado em vídeo, Ketiley Mica, uma menina negra de 9 anos, fala sobre sua relação com seus cabelos e mostra como é importante para uma criança ser aceita da maneira como é, e se sentir bem sendo consigo mesma.
Assista:
Ícone mirim do mundo do rap, MC Soffia, conhecida pelas letras contestadoras, foi criada em uma família de mulheres negras e militantes, e é um exemplo de empoderamento.
Em entrevista à revista Rolling Stone, a rapper mirim MC Soffia fala sobre sua consciência racial. “Consciência racial é quando você tem consciência do que é o seu cabelo, a sua boca e o racismo. Quando você sabe que cada pedaço seu tem uma tem herança… Serve também para você gostar do seu cabelo. Você vai saber tanto que nem vai ligar para o que a mídia fala. Você vai se amar, por que vai saber e tem crianças que não sabem”, afirmou.
Confira videoclipe da cantora da música “Menina Pretinha”, no qual ela fala sobre racismo:
No universo da educação, um exemplo de combate ao racismo na infância que merece ser compartilhado aconteceu na ex-EMEI Guia Lopes que, após sofrer pichações racistas por conta de seus projetos pedagógicos que enfatizam a história e a cultura afro-brasileira, a instituição elegeu como seu novo patrono Nelson Mandela, e alterou seu nome para EMEI Nelson Mandela.
Fernanda Souza parece concordar com a necessidade de empoderar as crianças negras. Também na entrevista concedida à Cosmopolitan, refletindo sobre o tema, ela afirma acreditar na importância de “criar uma criança para ser um ser humano melhor para o mundo, uma pessoal legal, de bem com a vida e muito amada”.
Quer dicas para abordar o tema do racismo com as crianças? Confira essa lista com 7 livros para empoderar crianças com cabelos afro ou essa coleção de livros que abordam situações reais vividas por uma criança negra.
Com informações de Folha de S. Paulo.