Perfil da mãe brasileira: elas não querem ser ‘perfeitas’
O sonho dourado da maternidade vendido pela publicidade e idealizado na televisão começa a ser desconstruído. Sim, mães e famílias estão fartas de viverem sob a pressão e a cobrança de uma imagem que não corresponde à realidade vivida por elas. A rede social se torna canal de comunicação dessas famílias, pais e mães que criam projetos -bem humorados, é verdade- para mostrar ao mundo os grandes desafios cuidar e crescer de filhos trazem. Em consonância com essa imagem não idealizada da maternagem, a pesquisa “A nova mãe brasileira”, realizada pelo Instituto Qualibest em parceria com o Mulheres Incríveis, conversou com 1.317 mil mães para traçar um perfil da figura materna nos dias atuais.
Os resultados da pesquisa e os depoimentos coletados mostram mães exaustas pela alta carga de trabalho -principalmente por conta das atividades domésticas para as quais não contam com apoio de seus companheiros-, sobrecarregadas com cobranças -principalmente as feitas por elas mesmas-, preocupadas com a falta de recursos e tempo para cuidarem de seus filhos, e com pouquíssima identificação com a imagem da “mãe perfeita”.
São mães que não se arrependem da maternagem, e não voltariam atrás, mas que também amam seu trabalho, seu parceiro e sente falta de tempo para cuidar de si mesma e dedicar à objetivos e projetos pessoais.
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A valorização da afetividade aparece de forma muito clara. Em resposta à pergunta “O que você acha mais importante no seu papel como mãe?” as mulheres apontam a frase “criar forte vínculo de afeto com os filhos e ter grande cumplicidade” como a tarefa mais importante das mães. Em segundo, elas elegem “a firmeza nas atitudes para conquistar o respeito dos filho” e em terceiro, “a criação de filhos independentes”.
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Cerca de sete em cada dez entrevistadas respondem que a vida da mãe brasileira é difícil e exaustiva. O que as mães querem? Parceiros para dividir as tarefas domésticas e mais espaço, no dia, para se dedicar a si mesmas e ao trabalho.
Sobre quem ajuda as mães em seu dia a dia, 6 em cada 10 entrevistadas responderam que o marido ou o pai dos seus filhos são o melhor parceiro. Em segundo lugar, aparecem as avós (suas mães), como as principais aliadas. A escola é citada por 6% das entrevistadas e as babás ou empregadas domésticas por apenas 1%. A sogra é tida como parceira por apenas 1%. Por outro lado, quando questionada sobre quem a julga/ critica no papel de mãe, a sogra ganha um aumento considerável de votos: 15%
A imagem da mãe que pode tudo e é heroína não só recebeu poucos votos das entrevistadas como também foi criticada por grande parte das mulheres. Quando a pesquisa abordou a imagem da mãe na mídia, apenas 9% das mães mais jovens disseram se sentir representadas pelo modo que os filmes, as novelas e as redes sociais as retratam. As características que as entrevistadas criticam são, principalmente, a que aparecem nas imagens da “mãe perfeita” e “mãe que parece sempre feliz”.
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