Ex-boia-fria hoje é dono de rede de cachaçarias com mais de cem unidades
Natural em Adamantina (SP), Delfino Golfeto, 64, começou sua vida profissional ainda na juventude, aos 9 anos, quando aproveitava os fins de semana para trabalhar como boia-fria em plantações de amendoim, algodão e milho para ajudar a família. Na época não havia tantos canaviais quanto há hoje no interior paulista, o que iria transformar a vida dele.
Nos anos 70, completou o curso técnico em açúcar e álcool e começou sua trajetória em usinas de cana-de-açúcar, onde trabalhou como gerente e reviveu a experiência na roça para ensinar os jovens trabalhadores rurais que chegavam do Nordeste a cortar cana. Na década seguinte, começou a montar pequenos alambiques e, como o negócio era pequeno, chegou a botar a mão na massa e cortar cana mais uma vez. Foi então que se encantou pelo mundo da cachaça e decidiu abrir seu próprio negócio.
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A habilidade para escolher boas cachaças o levou a fundar a primeira unidade da rede Água Doce Cachaçaria na garagem de casa, em Tupã (SP), no início dos anos 90. Devido ao sucesso do produto artesanal, logo veio primeira franquia, três anos depois, em Ourinhos (SP). Hoje, além das cachaças, a empresa serve comida brasileira em suas lojas. A rede soma 97 unidades abertas por 12 Estados do Brasil e no Distrito Federal, e outras quatro serão inauguradas em breve.
“Tem muita porcaria no mercado. Eu transformei a bebida que era marginalizada em um produto nobre. Hoje existem uns 5.000 rótulos no país, mas somente 900 são legalizados. O cardápio da Água Doce já teve mais de 400 tipo à venda, mas decidi reduzir o volume e ficar com as cem melhores marcas, todas legalizadas, por motivos logísticos e financeiros“, conta o ex-boia fria.
Para quem está pensando em empreender, Golfeto aconselha a não ter vergonha de começar e afirma que “ter seu próprio negócio é a melhor coisa do mundo”. Mas ressalta que é preciso ter foco, planejamento, humildade e estar preparado para trabalhar até mais de 18 horas por dia. E o mais importante, na opinião dele: ter amor pelo trabalho. “Tem que pensar em nascer pequeno, pensando grande para crescer rápido”, resume o empresário.