Morre o poeta Manoel de Barros, aos 97 anos
O poeta Manoel de Barros morreu nesta quinta-feira, dia 13, aos 97 anos. Ele estava internado desde o dia 24 de outubro no Proncor de Campo Grande (MS) e havia passado por uma cirurgia no intestino. As causas da morte ainda não foram divulgadas.
Nascido em Cuiabá em 1916, Barros era advogado, fazendeiro e poeta. Escreveu 18 livros de poesia, além de títulos infantis. Ao longo de 74 anos de carreira, recebeu diversos prêmios literários, incluindo dois Jabutis: em 1989, por “O Guardador das Águas”, e em 2002, por “O Fazedor do Amanhecer”.
Nos últimos anos, o poeta viveu recluso na companhia da esposa, Stella, e da filha, Martha. Seus outros dois filhos, João Wenceslau e Pedro, morreram em 2017 e 2013, respectivamente.
Poesia e cinema
O cineasta Pedro Cezar lançou em 2008 o documentário “Só Dez Por Cento é Mentira”, que reúne entrevistas com o poeta mato-grossense e artistas que se inspiraram em sua obra.
O título do filme faz referência a uma das poesias de Barros que dizia “Noventa por cento do que escrevo é invenção. Só dez por cento é mentira”.
Em um trecho do documentário, Manoel de Barros reflete sobre a vida. Ao ser perguntado como gostaria de ser lembrado, responde: “A gente nasce, cresce, amadurece, envelhece, morre. Pra não morrer, tem que amarrar o tempo no poste. Eis a ciência da poesia: amarrar o tempo no poste”.
O documentário pode ser visto na íntegra no player abaixo:
Leia poesias de Manoel de Barros gratuitamente no site Releituras.