#CicloviaNaPeriferia: campanha pede mais ciclovias em bairros periféricos de SP
Em meio a discussões sobre a viabilidade da expansão da malha cicloviária nas grandes cidades brasileiras, a atual gestão da Prefeitura de São Paulo prevê entregar na capital paulista 400 km de ciclovias até o final de 2015.
Até agora, a cidade recebeu 238 km de vias exclusivas às bicicletas, patinetes, patins, skates e outros veículos equivalentes. No entanto, embora esses números sejam promissores, ainda existem regiões que carecem de vias mais seguras e próprias aos ciclistas.
Com isso em mente, o Ciclo ZN e outros coletivos paulistanos decidiram criar a campanha #CicloviaNaPeriferia, cujo objetivo é reivindicar maior atenção do poder público aos ciclistas que moram e circulam de bike pelas regiões periféricas.
Segundo informações divulgadas em julho deste ano pelo jornal “Folha de S. Paulo“, das 32 subprefeituras da capital, apenas seis ainda não ganharam ciclovias sob a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT). Todas estão localizadas na periferia: Sapopemba, Itaim Paulista e Guaianases, na zona leste, M’Boi Mirim, Cidade Ademar e Parelheiros, na zona sul.
Desses locais, Sapopemba, Itaim Paulista e Cidade Ademar têm mais de duas mil viagens de bicicleta por dia.
“A campanha #CicloviaNaPeriferia começou nas redes sociais, quando amigos blogueiros manifestaram a vontade de ver na periferia as mesmas ciclovias que existem no centro”, explica Carlos Vitor, educador e ativista do Ciclo ZN, coletivo criado em 2013 por um grupo de jovens ciclistas que têm em comum o amor pela bicicleta e o fato de morarem na zona norte da cidade.
Uma das principais e primeiras ações da campanha aconteceu justamente na emblemática inauguração da ciclovia da Avenida Paulista, quando o coletivo mobilizou cerca de 15 pessoas para fazer uma pedalada da Vila Nova Cachoeirinha, no extremo norte, até a avenida mais famosa da capital.
“Convidamos pessoas da região e vizinhos para participarem e muita gente se interessou. No dia da pedalada, foram pessoas que nunca tinham andado de bicicleta pela cidade”, conta Carlos.
Para chegar à Paulista, os ciclistas percorreram a Av. Inajar de Souza e cruzaram a ponte da Marginal Tietê, vias onde – adivinhem – não há ciclovias e nem ciclorrotas.
Quando chegaram à avenida, eles realizaram uma manifestação para tentar sensibilizar a prefeitura sobre as necessidades dos ciclistas que moram na periferia, onde as bicicletas são bastante utilizadas no transporte diário.
Entre as principais reivindicações do coletivo, está a diminuição da velocidade de veículos motorizados para aumentar a segurança e o conforto de pedestres e ciclistas – uma vez que nem todas as vias da capital têm largura suficiente para receber ciclovias.
Eles também pedem maior investimento em ciclovias nas pontes e a expansão de vias que interliguem os bairros periféricos entre si e às regiões centrais da cidade e que elas façam conexão com os terminais de ônibus e as estações de trem para uma maior integração entre os meios de transporte. Saiba mais sobre a campanha aqui.