Segundo ciclista, idoso não foi atropelado na ciclovia

Em 2014, dos 555 mortos por atropelamento em São Paulo, 200 foram vítimas de automóveis e apenas em duas ocasiões os acidentes envolveram ciclistas

Na última segunda-feira (17) o aposentado Florisvaldo Carvalho morreu após ser atropelado por um ciclista próximo à ciclovia sob o elevado Costa (Minhocão), na região central de São Paulo. O incidente serviu de combustível para criticar as iniciativas que privilegiam o uso da bicicleta como política pública na cidade.

Apesar das claras manifestações de repúdio às ciclovias, o acidente aconteceu fora da faixa exclusiva para bicicletas, conforme declarou à polícia o administrador de empresas Gilmar Raimundo de Alencar, que conduzia a bicicleta. E por isso, o ocorrido não pode ser usado oportunamente como crítica à implementação de ciclovias.

Em artigo publicado nesta quinta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo, o consultor de mobilidade urbana, Daniel Guth, faz um balanço sobre os números de acidentes de trânsito em grandes centros urbanos do país:

Apenas em São Paulo, no ano passado, dos 555 pedestres mortos, 200 deles foram atropelados por automóveis, 114 por ônibus, 90 por motocicletas, 31 por caminhões e 2 por bicicletas. Ou seja, bicicletas foram, em 2014, os veículos atropelantes em 0,37% dos casos.

Guerra do Iraque x mortes de trânsito no Brasil 

Além disso, segundo dados do DPVAT (Danos Pessoias Causados por Veículos de Via Terreste), todos os anos, mais de 52 mil pessoas morrem nas estradas, rodovias, avenidas e ruas de todo Brasil. O número corresponde, em número de óbitos, o mesmo número de mortes dos quatro anos da Guerra do Iraque, ocorrida nos anos 90.

Confira mais alguns números sobre a violência no trânsito brasileiro, que faz daqui um dos recordistas mundiais de mortes nas vias. Veja também outros números do relatório apresentado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) :