Zé Celso e atores do Oficina são acusados por encenação de peça
O diretor José Celso Martinez Corrêa, conhecido como Zé Celso, e os atores Tony Reis e Mariano Mattos Martins, da Associação Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, podem ser presos pela encenação da peça “Acordes”, em 2012, na PUC-SP, sob acusação de “crime contra o sentimento religioso”.
A obra, baseada no texto do dramaturgo alemão Bertold Brecht, foi considerada ofensiva pelo padre Luiz Carlos Lodi da Cruz, de Goiás. Após assistir à encenação em vídeo do YouTube, ele entrou com uma ação judicial contra os artistas. O diretor e os dois atores foram intimados pela Justiça a comparecer às 16h de hoje no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo.
O caso é relacionado à cena vivida pelos três artistas na PUC, atendendo a convite de dirigentes, professores e alunos da universidade que, em greve, manifestavam-se contrários à decisão arbitrária dos mantenedores da Universidade de empossar o reitor que se classificou em terceiro lugar na disputa. Por isso, o Oficina foi convidado para apresentar a peça que falava sobre autoritarismo e o papel popular para provocar mudanças.
Essa é a segunda vez que a acusação acontece. Na primeira, em 5 de novembro de 2014, os atores se recusaram a assinar um documento de reconhecimento de culpa.