Ativistas mobilizam ações a favor de lei contra maltrato de animais em SP

Nessa quinta-feira, dia 25, encerra o prazo para que o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, decida sobre a sanção (ou veto) ao Projeto de Lei Nº 537/2013, que pretende proibir na capital o comércio de peles de animais e também de foie gras (espécie de patê de fígado de gansos alimentados à força). Organizações vegetarianas e de proteção animal, bem como celebridades e formadores de opinião como Luisa Mell e Thaila Ayala, estão empenhados em uma campanha para pressionar o prefeito a sancionar a lei. Um ato em frente à sede da prefeitura está marcado para esta quarta-feira (24).

O foie gras (“fígado gordo”, em francês) é uma iguaria feita a partir do fígado hipertrofiado de gansos e patos que são criados e mortos com requintes de crueldade. Os animais usados para produzir foie gras são submetidos a uma alimentação hipercalórica, forçada mecanicamente através de um tubo enfiado goela abaixo –fazendo o seu fígado crescer até 10 vezes mais do que o normal. Veja abaixo um vídeo que ilustra como é produzida esta “iguaria”.

A extração de peles de animais, cujo produto também será proibido pela lei, é igualmente –ou mais– repulsiva e cruel, incluindo procedimentos de eletrocussão anal e esfolamento de animais vivos. Já este outro vídeo abaixo ilustra a realidade da indústria de criação de animais para extração de peles.

As organizações defendem que é responsabilidade do município garantir medidas de proteção ao meio ambiente e aos animais, mesmo quando o poder Estadual ou Federal falham em assegurar tais medidas. Um parecer da OAB/SP respalda a legalidade e constitucionalidade do projeto.

“O que está em jogo é uma grande chance de dar um passo modesto, mas muito importante na eliminação de algumas das formas mais gritantes de crueldades contra animais –práticas que seriam consideradas crimes se realizadas com qualquer cão ou gato”, argumenta Guilherme Carvalho, secretário-executivo da SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira), uma das organizações responsáveis pela mobilização. “O prefeito não tem apenas uma caneta na mão para assinar o projeto; ele tem na mão a faca que esfola o coelho vivo, o cano que é enfiado goela abaixo do ganso que já não aguenta mais comer. Se este projeto for vetado, a cidade de São Paulo perde a chance de ser um exemplo de civilidade e de um respeito mínimo para com os animais que usamos e abusamos como objetos”.

Por Tatiane Ribeiro