Entenda por que tirar ‘selfies’ com animais silvestres não é legal
“Uma única ‘selfie’ com um tigre mantido em cativeiro significa uma vida inteira de sofrimento para o animal”, alerta a diretora-executiva da ONG World Animal Protection nos Estados Unidos, Priscilla Ma.
No entanto, o lado mais sombrio do turismo com animais é convenientemente escondido do público. Em uma pesquisa realizada pela ONG, quase metade dos brasileiros (45%) disse que participaria deste tipo de turismo por “amor aos animais”.
“Se as pessoas soubesse o sofrimento a que animais silvestres são submetidos, jamais escolheriam vê-los nessa situação”, garante Ma.
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Por que é tão cruel?
Você sabia que hoje, por exemplo, mais tigres vivem em cativeiro do que na natureza? Só nos Estados Unidos, estima-se que o número de tigres em cativeiro é de 5.000 – bem mais do que os 3.200 que ainda vivem na natureza, em todo o mundo.
Os tigres que são usados em fotos frequentemente vivem aprisionados em pequenas jaulas ou são acorrentados ao chão por longos períodos de tempo. Seus filhotes são retirados à força das mães para que possam ser alimentados artificialmente pelos turistas ou usados em ‘selfies’ – como esta, publicada por Khloe Kardashian.
A fim de torná-los mais “acessíveis” a turistas, muitos tigres têm os seus dentes caninos e as suas unhas retiradas, em um processo bastante doloroso.
Em resumo, os felinos são obrigados a viver numa condição muito diferente das suas vidas naturais, em liberdade.
Elefantes e leões
Outras espécies também enfrentam situações igualmente cruéis. Só na África do Sul, existem hoje mais de 7.000 cativeiros comerciais de leões. Além de ir para os chamados “parques de leões”, onde é possível acariciar filhotes e tirar selfies, muitos são vendidos para safáris de caça. Ali, são perseguidos e mortos por turistas, como o leão Cecil.
Os elefantes não recebem um destino melhor. Em todo o mundo, estes magníficos animais têm o seu comportamento adulterado para que possam ser montados em atrações circenses ou turísticas. Como nesta foto publicada pela cantora Beyoncé, no começo do ano.
O adestramento é obtido através de sofrimentos físicos e psicológicos – incluindo isolamento, privação de comida, espancamentos e acorrentamento em lugares minúsculos.
O processo também envolve a retirada do convívio com suas mães quando ainda são bebês. Ao longo de suas vidas, a interação com outros elefantes é limitada propositalmente. Por serem animais sociais e altamente inteligentes, muitos acabam sofrendo transtornos de estresse pós-traumático (TEPT).
Animal não é brinquedo
Para o especialista em animais silvestres da World Animal Protection, Dr. Jan Schmidt-Burbach, é importante lembrarmos que animais silvestres não são brinquedos. “A saúde e bem-estar destes animais não devem ser sacrificados só para que possamos posar ao seu lado”, declarou.
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Desde 2014, a ONG tem exposto o sofrimento dos animais mantidos em cativeiro para entretenimento humano, por meio da campanha Antes de Reservar. Clique no link e participe!
A todos que amam os animais silvestres, a mensagem é simples: deixem que fiquem na natureza.