Em tempos de crise financeira, muitos brasileiros pensam na oportunidade de morar fora. Desde 2011 o número de brasileiros saindo do país tem aumentado consideravelmente.

Entre esses brasileiros está o engenheiro naval Paulo Roberto da Costa Junior que aproveitou a alta demanda do setor de óleo e gás em 2013 para conseguir uma vaga de emprego no sul de Londres.

Ao ter o seu pedido negado para ser expatriado pela empresa que trabalhava do Rio de Janeiro para Houston (EUA), Paulo decidiu buscar emprego fora do Brasil por conta própria através da internet.

Paulo Roberto no estádio Stamford Bridge, em Londres

Seu desejo inicial junto com a sua esposa era de sair do Brasil para um país de língua inglesa, pois a adaptação tenderia a ser mais fácil.

Depois de três meses de preparação melhorando seu nível de inglês, Paulo aplicou para algumas vagas nos sites de empresas do seu setor e conseguiu marcar uma entrevista por Skype.

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Apesar da entrevista não ter sido tão boa quanto esperado, ele conseguiu a vaga com a empresa enviando uma promessa de contrato.

Por não ter dupla cidadania europeia, Paulo foi patrocinado pela empresa contratante para conseguir o visto de trabalho.

Seu processo para trabalhar no Reino Unido exigiu:

1 – Fazer prova de nível de inglês;

2 – A espera do Certificado de Patrocínio pedido pela empresa ao governo britânico

3 – E a aplicação dos principais documentos em uma empresa terceirizada que agilizou o processo do visto no Rio de Janeiro, sua cidade natal.

Os documentos necessários variam de país para país, porém os documentos básicos que precisaram ter tradução certificada para o inglês foram:

1 – Certidão de casamento ou certidão de nascimento;

2 – Diploma profissional;

3 – Histórico profissional;

4 – Carteira de identidade ou habilitação;

5 – Comprovante bancário com o valor exigido pelo governo britânico para gastos iniciais.

O tempo de todo o processo desde a entrevista de emprego até viajar para o Reino Unido foi de quatro meses.

Quanto a vida em Londres, Paulo e sua esposa não tiveram do que reclamar. Mesmo durante o inverno, com temperaturas máximas variando entre 0^oC e 7^oC, eles puderam passear bastante e aproveitar a ótima qualidade de vida que Londres oferece.

“Realmente o maior objetivo de termos saído do Brasil foi buscar uma melhor qualidade de vida. Eu estava saindo de casa às 5h40 para pegar o ônibus para chegar ao centro do Rio de Janeiro às 7h20. Isso se não tivesse engarrafamento. E eu passava o mesmo tempo desse trajeto para voltar para casa de noite. Fora a sensação de insegurança nesse período. É uma sensação que eu imagino que se tornaria insustentável no longo prazo”, diz Paulo.

França

Tudo corria bem até o preço do petróleo cair para menos da metade nos últimos 6 meses de 2014. Logo em janeiro de 2015, a empresa que Paulo trabalhava disse que cortaria mais da metade das vagas da empresa e que a sua própria posição iria acabar.

Foi então que a busca para uma nova vaga de emprego se iniciou, mas agora com a pressão de que se fosse demitido, eles teriam que sair do Reino Unido em dois meses e voltar para o Brasil.

Quando o momento inicial do casal era para países com língua inglesa, agora as portas estavam abertas para buscar em outros países para manter a boa qualidade de vida da Europa ao invés de voltar para o Brasil em crise econômica e a crise do setor de óleo e gás.

Sua sorte é que passado apenas uma semana de quando a empresa anunciou que em 3 meses iriam começar as demissões, Paulo viu uma vaga de emprego para trabalhar a oeste de Paris, na França, que batia com o seu perfil profissional. Deixando passar uma semana para se equilibrar perante esse golpe da demissão iminente, Paulo melhorou o seu currículo e aplicou para a vaga no site da empresa da França.

Mais uma entrevista por Skype e, após 1 mês e meio, Paulo conseguiu a sua 2ª vaga de emprego na Europa, onde ele e sua esposa se mudaram para Paris depois de quatro meses de ter recebido o contrato de trabalho.

Como pelo mesmo processo para a empresa que ele trabalhou no Reino Unido, a empresa francesa pagou pelo visto de trabalho para que ele e sua esposa pudessem trabalhar na França.

O processo burocrático foi semelhante ao do Reino Unido, porém não foi necessário fazer prova de francês.

Tendo chegado para morar em Paris em 2015, Paulo Roberto tem feito a sua parte para ajudar outros brasileiros com dicas sobre a vida fora do Brasil através do seu site www.trabalhandonoexterior.com.br.

O objetivo do site não só é dar algumas dicas profissionais como também:

1 – Falar sobre o custo de vida de alguns países;

2 – Artigos voltados a turismo em diversas cidades;

3 – Dicas para melhoria da língua inglesa;

4 – Vagas de emprego nos principais países que os brasileiros gostariam de morar.

Quanto a um passo a passo geral de ajuda para que as pessoas se preparem na busca de uma vaga de emprego fora do Brasil, Paulo enaltece 5 pontos em sequência:

1 – Melhoria no nível de inglês tal que você consiga fazer uma boa entrevista;

2 – Melhoria das qualificações profissionais;

3 – Melhoria do currículo vitae;

4 – Busca de vagas de emprego com o seu perfil;

5 – Treinar bastante fazer entrevista de emprego em inglês.

Agora que Paulo e sua esposa estão mais estabelecidos na Europa, voltar ao Brasil não está nos planos do casal. Na maioria dos países da Europa, é possível aplicar para obter a cidadania após alguns anos morando legalmente no país.

Paulo salienta ainda que esse passo de mudança para fora do Brasil deve ser muito bem estudado entre família. O objetivo é alinhar todas as expectativas, além de que é um processo de encontrar tudo novo e, quase sempre, sem amigos por perto.