Rashid lista 5 discos que toda pessoa que curte Hip-Hop deve ouvir

12/11/2015 12:03 / Atualizado em 07/05/2020 01:09

 
 

Expressão cultural nascida nos guetos de Nova York, nos anos 1970, o Hip-Hop tem em sua essência a arte e o protesto de MC’s, DJs, B-Boys e grafiteiros. No decorrer das décadas, porém, esse movimento ultrapassou os limites territoriais e de estilo para influenciar pessoas em todo o mundo.

Nesta quinta-feira, 12, data em que se comemora o Dia Mundial do Hip-Hop, convidamos Rashid para listar cinco discos que toda pessoa que curte a cena deve ouvir.

O rapper paulistano acaba de lançar o videoclipe de seu novo single, “A Cena” (ouça no Spotify) – que tem participação da cantora Izzy Gordon. Na letra e no vídeo, ele denuncia o preconceito e racismo presentes em diversas situações cotidianas no Brasil.

Assista ao clipe:

Confira, a seguir, os cinco álbuns indicados pelo rapper:

1) Racionais MCs – “Sobrevivendo no Inferno” (ouça no Spotify)

 
 

“Esse não é o primeiro disco e, obviamente, os mais antigos tão recheados de pérolas. Mas na minha opinião, esse representa uma virada de chave na carreira dos caras e no Rap brasileiro. O disco que vendeu mais de um milhão de cópias. Isso é história e não poderia ser de outro grupo esse título. Racionais são simplesmente o maior grupo de Rap brazuca e dificilmente algum outro grupo vai conseguir tirar isso deles, pela luta e representatividade que eles tem na vida não só dos adeptos do Hip-Hop, mas do jovem negro.”

2) Jay Z – “Reasonable Doubt” (ouça no Spotify)

 
 

“Não é novidade pra ninguém o que Jay Z conquistou no mundo da música durante seus quase 20 anos de carreira. E tudo começou aí, nesse disco que no começo nem foi tão bem aceito, principalmente pela crítica. Mas hoje, anos depois, é considerado um dos maiores álbuns da história. As letras desse disco relatam a mudança de vida do Jay Z de um traficamente pra um artista. Arrependimentos e prazeres. Segundo os caras “lá de fora”, esse disco ainda vende aproximadamente 100 mil cópias por ano. Olha que foi lançado em 1996.”

3) Kamau – “Non Ducor Duco” (ouça no Spotify)

 
 
“Outro disco que virou a chave, na minha visão. Kamau tem um grande respeito dentro do cenário nacional e, sem dúvida, é um dos maiores letristas do Rap até aqui. Minha geração deve muito a ele, pela inspiração e também pelo fato de que uma das primeiras gravações oficiais que Emicida e eu fizemos foi nesse disco. Esse álbum geral grande burburinho na época e ficou entre os 25 melhores discos do ano na [edição brasileira da revista] Rolling Stone. Não me lembro de outro disco de Rap nessa lista antes disso.”

4) RZO – Todos São Manos (ouça no YouTube)

 
 
“Lembro quando conheci RZO. Era muito diferente de outras coisas que eu ouvia. Sandrão com a voz mais grave, Helião com um estilo totalmente diferente, Negra Li com aquela voz linda dando várias ideias de mil grau e fazendo os refrões ficarem na cabeça. O som dos caras sempre tem uma vibe ‘deles’, diferente. Deu uma cara e um estilo pro Rap da zona oeste [de São Paulo] e fez Pirituba entrar no mapa. Sempre pirei nisso de colocar seu bairro no mapa da música e o RZO fez isso com maestria. A real é que não tinha como dar errado, e não deu, se tornou um dos maiores grupos do Rap brasileiro.”

5) Kendrick Lamar – “To Pimp a Butterfly” (ouça no Spotify)

 
 
“Kendrick é o verdadeiro ‘game changer’. Esse é um disco muito recente, mas como não dá pra colocar todos os clássicos nessa lista, achei válido colocar um que mudou a cena recentemente. Ele trouxe o Funk, o Soul e o Jazz pro Rap novamente quando todo mundo só quer saber de Trap e Bass. Juntando com a habilidade lírica do Kendrick – que eu particularmente coloco lado a lado de Nas, Rakim e outros – não tinha como não estourar. Um grande disco, que trouxe questões raciais e sociais a tona com musicalidade e autoestima. Esse é um maluco novo com grande talento e que foi abraçado por ninguém menos que Dr. Dre. Tem um futuro brilhante pela frente, mesmo após seus dois primeiros álbuns lançados por uma major já serem considerados clássicos.”