Degustação a cegas é experiência inusitada da Serra Gaúcha
Por Eduardo Vessoni, do site Viagem em Pauta
Na mesa comprida de madeira, taças, guardanapos e um pano preto dão a pista do que se seguirá nos próximos 60 minutos.
Grupo participa de regustação a cegas na vinícola Dal PIzzol, na Serra Gaúcha[/img]
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Diferente das sessões sisudas de degustações de vinhos que, por vezes, constrangem ou intimidam os menos entendidos no assunto, a experiência é relaxada e com tons lúdicos.
1º sentido: audição
Já com os olhos vendados, os visitantes ouvem uma gravação com sons que remetem ao mundo dos vinhos. A enóloga conduz então um brainstorming etílico que leva os aprendizes a sommelier a descobrirem que sons são aqueles, para qual ambiente são levados, qual é o contexto, qual seria o tipo de vinho, se havia decanter…
Nessa hora, vale até tentar ouvir o balançar do vinho na taça para tentar adivinhar qual bebida acaba de ser servida.
O tato é um dos sentidos testados na degustação a cegas[/img]
E é nesse momento, que o grupo vai longe nas descrições, comparando aquelas inconfundíveis objetos de vidro com videiras, uvas e até seios femininos.
3º sentido: olfato
Outro sentido aguçado na experiência é o aroma dos líquidos colocados nas taças. O que nos lembra esse cheiro? A que lugar ou momento especial nos remete essa bebida?
Essas são algumas das perguntas feitas pela enóloga que fazem os visitantes viajarem por aromas como o de pão tostado, fermento e até uma cuca. Em uma das etapas, os degustadores são até instigados a imaginarem o tipo de vinho a partir da temperatura da bebida servida.
4º sentido: paladar
É branco ou tinto? Pode ser um espumante? Qual é a safra?
Na última etapa da degustação, os visitantes são convidados a beberem alguns exemplos de vinhos e adivinharem qual é o tipo de bebida provada.
“O vinho é o caminho, o meio para que os visitantes se divirtam, vivendo uma experiência com a qual não estão acostumados. As pessoas viajam para um mundo de recordações, de sentimentos e de lembranças da infância que vão além do que está na taça”, completa a enóloga responsável pela atividade.
A brincadeira continua na sala ao lado, em um pequeno museu dedicado ao vinho.
Já com a visão recuperada, o visitante vê se exibir diante dos olhos um acervo com 235 garrafas nacionais e estrangeiras, no Eco Museu da Cultura do Vinho, onde são guardados rótulos como um provável Cabernet Franc produzido pela Cia Vinícola Riograndense, em 1937, e o Velho Capitão, um tinto produzido pela então viticultora Dreher em homenagem a Assis Chateaubriand, um dos maiores orgulhos do colecionador Rinaldo Dal Pizzol.