10 dicas para aproveitar o máximo de Fernando de Noronha
Muitas vezes acabamos perdendo tempo em viagens com passeios que não valem tão a pena. Outras vezes, deixamos de fazer alguns deles por concluirmos não serem tão interessantes assim. E quando temos pouco tempo, esses detalhes fazem muita diferença na sua viagem!
Este post busca esclarecer algumas dúvidas e trazer dicas que possam otimizar muito seu tempo, seus passeios e seu conforto em Fernando de Noronha, um verdadeiro paraíso na costa nordeste do Brasil.
Em Noronha cada segundo vale a pena, prepare-se para ser feliz do começo ao fim de sua viagem!
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1 – Chegando em Noronha
A chegada se dá via Recife ou Natal pelas companhias aéreas Gol ou Azul. O aeroporto de Noronha é bastante pequeno, quente, sem muita infraestrutura, o que acaba até sendo charmoso considerando o destino que está sendo alcançado. Esquecendo o charme de um pequeno aeroporto, tem o inconveniente, já que malas demoram muito para serem colocadas na esteira, ou seja, se você conseguir levar a bordo, vai se livrar desse pequeno stress da chegada.
Para adentrar na ilha é obrigatório pagar a TPA (Taxa de Preservação Ambiental), que hoje custa R$ 73,52 por dia (valor atualizado em abril de 2019). É recomendável que você pague antecipadamente esta taxa via internet (www.noronha.pe.gov.br) e assim evitará fila no aeroporto de chegada. Feito tudo isso, vem o transporte a sua pousada.
Atenção: o transfer oferecido pelas agências é a maior roubada, demora uns 40 minutos no aero esperando o máximo de pessoas que eles conseguem reunir… Depois segue para um local de encontro na finalidade de vender passeios, você não segue direito para sua acomodação! Pegue um táxi que é tabelado, R$ 26 até região da Praça dos Remédios/Floresta Negra, tranquilo, super pertinho.
2 – O que fazer no 1º dia
Ilha Tour: por ser um passeio “lugar-comum” você pode pensar que é roubada, mas ao contrário, é excelente para reconhecimento e visão geral! O passeio dá uma dimensão bastante panorâmica do que é a ilha, fazendo com que você possa voltar depois para os destinos que melhor lhe agradou, sem que fique receoso com os acesos e as permissões, etc.
O Ilhatour é feito em um carro que leva até 10 pessoas, acomodando quatro na parte interna da cabine e mais seis pessoas na parte externa, que tem bancos adaptados para o passeio (dica: na parte interna você vai bem mais confortável). O passeio sai pela manhã, em torno de 9h e dura o dia todo, retornando no final do dia. Visita as praias Sancho, Baía dos Porcos, Morro Dois Irmãos, Cacimba do Padre, Sueste, Leão, Alagado dos Tubarões, Museu do Tubarão, Projeto Tamar e finaliza com o pôr do sol no Fortinho do Boldró, com música ao vivo, uma delícia. Em média custa R$ 160 por pessoa, sendo que pagamento em dinheiro geralmente tem 10% desconto em qualquer das operadoras.
3 – Mergulho
Você não pode nem pensar em ir para Noronha e não mergulhar. A vida submersa é maravilhosa, muita visibilidade durante o ano todo, mar em temperatura agradável, corais, tartarugas, lagostas, arraias, diversos peixes, pequenos tubarões (inofensivos dentro das regras a serem seguidas), barracudas, naufrágios, etc. Uma das empresas mais confiáveis é a Atlantis, que cobra o mergulho recreativo (openwater – 18 metros) R$ 616 para dois cilindros de 45 minutos cada.
Geralmente um fotógrafo acompanha, mas cobra salgados R$ 35 por fotos depois. Você pode levar sua GoPro, mas sem cabo de selfie, ou seja, só é permitido segurar diretamente na sua mão (evitar condutas inadequadas de pessoas que tocavam os animais com o cabo). Não deixe de ter essa experiência, mesmo!
4 – Acomodação e locomoção
Noronha possui dezenas de pousadas espalhadas pela ilha, para todos os tipos de bolsos. Mesmos em relação às mais caras, não são como grandes resorts de grandes redes, até pelas limitações da própria ilha em relação à sustentabilidade e espaço. Pequenos luxos como piscina ou espaço fitness também não é comum nas hospedagens. Você pode ficar próximo à Vila dos Remédios, que é a região central com os principais restaurantes, ou também nas pousadas mais próximas das praias. Mesmo na região central, não há grande movimentação de pessoas, não há “agito”.
A locomoção ao redor da ilha pode ser feita de buggy (melhor opção), moto (não alugam escooters, apenas motos com marcha), bicicleta (prepare-se, muitas ladeiras, complicado) ou ônibus, ao preço de R$ 5 a tarifa, são dois ônibus que vão e voltam circulando pela ilha ao longo do dia (nativos não pagam). Noronha tem a menor BR do Brasil, são no total 7 km de asfalto.
5 – Praias
A ilha de Fernando de Noronha é basicamente dividida em duas costas: Mar de Dentro (virado para o litoral brasileiro) e Mar de Fora (voltado para continente africano). As praias mais famosas compõe a costa do Mar de Dentro: Praia do Sancho, Baía dos Porcos, Cacimba do Padre (tomar um drinque do Bar Duda Rei), Praia do Bode, além do pôr do sol do Mirante do Boldró ou da Praia do Meio/Conceição (pôr do sol no Bar do Meio nota 10!). Isso não quer dizer que as praias do lado oposto não valem a pena, imagina, valem e muito, estando entre as mais visitadas a Praia do Leão, Sueste, Atalaia, Buraco da Raquel. Em Noronha tudo vale a pena, impossível descrever a realeza da natureza.
Qualquer lugar em Noronha não costuma ser cheio, ainda que o centrinho seja minúsculo. Todas as áreas parecem bastante seguras e não há assédio de pedintes, camelôs, feira de artesanato, nada disso. É definitivamente uma viagem dia, de total interação e contemplação da natureza.
6 – Alimentação
Comer em Noronha é caro, muito! Não é fácil achar um restaurante acessível que você possa se alimentar gastando até R$ 60, por exemplo, até os poucos restaurantes de quilo são uma pequena fortuna, cerca de R$ 80-R$90 o quilo, sem nada de especial. Existem muitos bons restaurantes, tanto na Vila dos Remédios, quanto em algumas pousadas, chegam a ser uma experiência gastronômica, mas vá preparado para ter um pequeno desfalque nesse quesito. Uma sugestão para otimizar, seria tomar um café reforçado no hotel, ir se virando durante o dia, e optar pelo pelo famoso “almojanta”, deixando para uma única facada por dia, e não duas.
Durante o dia, nos passeios,você não verá nada de alimentos a venda, portanto, você deverá carregar na mochila sua fruta, sua barrinha, água, bolachinha…não há quiosques ou barracas em nenhuma das praias. O restaurante do Cachorro é uma dica de preço acessível e ainda permite almoçar com um belíssimo visual.
7 – Atrações e passeios
Sobre passeios a fazer na ilha, são vários, oferecidos por algumas empresas. Os mais procurados são o acquasub, chamado de pranchinha, o passeio para ver golfinhos e a trilha Atalaia. Na pranchinha você é puxado por um barco, utilizando snorkel e você controla a tal pranchinha para cima e para baixo, podendo mergulhar por até 5 metros. É possível avistar tartarugas, arraias, diversos peixes e até um naufrágio na Praia do Porto. É fácil controlar a pranchinha e caso a pessoa queira ser puxada apenas pela superfície, sem imersão, não há problema algum.
No passeio dos golfinhos, você os avista do barco, consegue tirar fotos, vê-los acompanhar, é fofo. Já a trilha do Atalaia, você precisa reservar assim que chegar na ilha, pois geralmente só consegue fazer após 5 dias da reserva. Existem alguns “guias” que oferecem lugar nessa fila antes desse prazo, justificando desistência de outras pessoas, mas na verdade, o que se percebeu é que essas pessoas nem existem e eles fazem desta forma para oferecer a vantagem, recebendo algum trocado por isso.
8 – Consciência ambiental e fauna marinha
Existe uma consciência ambiental em Noronha muito particular e positiva. Todos se esforçam para manter tudo limpo, para evitar lixo, para preservar a fauna, etc. Uma parte significativa das praias pertence ao Parque Nacional, e para ingressar nelas, é necessário pagar uma taxa no valor de R$ 99 (paga-se uma única vez, recebe uma carteirinha e usa a carteirinha todos os dias). Você também deverá carregar sua comida, seu lixo, sua água.
O bastão de selfie é proibido em algumas praias e também nos mergulhos, justamente para vistar que algumas pessoas tocassem nos animais com o bastão. Na praia do Sueste, é obrigatório entrar de colete no mar para evitar que as pessoas pisem e destruam os corais, de modo que o colete as faz boiar. Por todas as praias é possível avistar de perto tartarugas, arraias, tubarões, peixes, lagosta, basta mergulhar de máscara e tudo isso já é visível sem grandes esforços.
9 – Memorial Noronhense (Espaço Cultural Américo Vespúcio)
Um pequeno museu sobre Fernando de Noronha para entender a história da ilha. Localizado na Vila dos Remédios, pouco frequentado pelos turistas, este pequeno museu, com apenas 2 salas, apesar de simples, conta toda a história da ilha, remontando 5 séculos de eventos e dados históricos. A entrada é gratuita e ele é bem autoexplicativo, com dezenas de painéis. Nele constam todos os dados históricos da região, que já serviu de prisão política na era Vargas. Para quem gosta de entender um pouco mais da história dos lugares que frequenta, não deixe de ir, é interessante.
10 – Quando ir
É óbvio que é importante saber qual a melhor época do ano um determinado lugar é mais apropriado para passear, mergulhar, surfar, passar frio, calor, tomar chuva, sol, etc, mas digamos que em áreas tropicais isso não costuma ser tão determinante assim. Ainda que você não esteja em setembro, é possível fazer mergulhos maravilhosos em Noronha, como foi meu caso. Também poderá pegar sol diariamente sendo supostamente uma época de chuvas, também foi o meu caso, já que a previsão era de trovoada durante uma semana e ao invés disso, apenas pancadas super passageiras que em nada atrapalharam os passeios… então é bom relativizar e não deixar de ir pelas questões climáticas.
No mais, não deixe de levar um repelente poderooooso para Noronha, pois os borrachudos são tão selvagens quanto à ilha, são bastante destemidos e quando olham pra você, enxergam churros no lugar de duas pobres canelas, então, proteja-se adequadamente!
Por Karina Penna Neves, 36 anos, paulista, advogada. Viciada em viagens, já passou por cerca de 40 países, e compartilha fotos de suas viagens no perfil @sabbaticallife