Mapa interativo registra assassinatos de indígenas no Brasil
Entre 1985 e 2015, 947 indígenas foram assassinados no Brasil, de acordo com relatórios do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Para reunir esses dados, foi lançada nesta terça-feira, dia 11, a plataforma Caci (Cartografia de Ataques Contra Indígenas), que mostra os locais em que ocorreram mortes violentas contra essa população.
O projeto conta com um mapa interativo e foi desenvolvido pela Fundação Rosa Luxemburgo, em parceria com Armazém Memória e InfoAmazonia. O objetivo é dar visibilidade à quantidade e constância com que povos originários foram e continuam sendo massacrados.
A Caci – termo que significa “dor” em Guarani – representa a primeira vez em que as informações foram sistematizadas e georreferenciadas em uma visualização que permite olhar os casos em sua dimensão territorial. No entanto, segundo a plataforma, o levantamento inserido no mapa não está completo, pois o número de assassinatos no período é muito maior do que o registrado pelas organizações.
Além de mapear e disponibilizar os dados, também foram organizados quatro dossiês com análises aprofundadas sobre casos emblemáticos. Eles combinam informações reunidas em arquivos históricos com os dados dos mapas. Um dos principais é o assassinato em massa do povo Guarani Kaiowá no Mato Grosso do Sul, classificado como genocídio.