Moradores lutam para salvar árvores centenárias em São Paulo
Em janeiro deste ano, moradores do bairro de Moema foram acordados com o barulho de motosserra e perceberam que quinze árvores centenárias – algumas que precisam de dez pessoas para serem abraçadas – seriam derrubadas naquele mesmo dia.
A construtora Esser quer construir um empreendimento imobiliário no terreno onde ficava a casa de espetáculos Citibank Hall e, para isso, argumenta que retirar as árvores é fundamental para o seu projeto. A mobilização dos vizinhos pulou da rua para a internet e um abaixo-assinado foi criado por Marcio Sete na plataforma Change.org. A campanha atingiu o seu primeiro objetivo, pois conseguiu suspender a derrubada e a obra ainda não começou.
“Somos vários moradores preocupados com a qualidade de vida no bairro. Foi um movimento espontâneo, em que as pessoas foram se juntando e, muitas vezes, se conhecendo. Estas árvores são essenciais para a região e habitat para aves como sabiá-laranjeira, maritaca, bem-te-vi e beija-flor”, conta a publicitária Lucila Bardella, que também divulga o abaixo-assinado. “A construtora quer trocar árvores centenários por mudas de plantas em local distante. Isso não pode ser considerado compensação ambiental. Não tem lógica”, completa ela.
Um documento da Prefeitura de São Paulo demonstra que um decreto municipal de 1989 tornou as árvores um patrimônio ambiental e que um eventual corte somente pode ser autorizado pelo Departamento de Parques e Áreas Verdes da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. A Esser informou que possui todas as autorizações e documentos necessários para a realização da derrubada, que fará a compensação ambiental com o plantio de espécies nativas e que aguarda a decisão judicial da questão. A construtora também se dispôs a fazer uma reunião com os moradores para receber diretamente o abaixo-assinado e conversar sobre o projeto.
Se você também é contra a derrubada das árvores, assine aqui.