Um terço do lixo orgânico da América Latina vai parar nos lixões
Com informações da Agência Brasil
Um terço do lixo orgânico produzido na América Latina vai parar nos lixões e aterros irregulares. São 145 mil toneladas de resíduos descartados nesses locais diariamente, de acordo com o Atlas de Resíduos da América Latina, relatório da ONU Meio Ambiente, que será lançado em breve.
Esse montante diário de restos de comida não processados, que afetam a saúde e a vida de 170 milhões de pessoas, é um dos temas da 3ª Assembleia do Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas (ONU), que será realizada em Nairóbi, no Quênia, de 4 a 6 de dezembro.
Segundo Jordi Pon, coordenador regional de resíduos e químicos do organismo das Nações Unidos, as 540 mil toneladas de lixo produzidas atualmente na região serão 671 mil toneladas em 2050.
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Se, de um lado, há avanços na coleta, que na média supera 90% do lixo urbano, o processamento fica abaixo dos 70%. O restante, formado essencialmente por dejetos orgânicos, vai para locais inadequados, produzindo poluição do ar, do solo e da água.
A análise dos despejos sólidos das cidades latino-americanas mostra que o lixo orgânico representa mais da metade de todo o resíduo descartado. Esse índice varia de acordo com o potencial econômico do país.
O lixo doméstico tem ainda o agravante de concentrar resíduos perigosos, como baterias, celulares, equipamentos elétricos e eletrônicos e remédios vencidos, entre outros.
Parte do lixo doméstico é formada por elementos secos, como metais, papéis, papelão, plásticos, vidro e têxteis. A reciclagem desses itens ainda é reduzida, em geral abaixo de 20%. O índice só é alcançado em cidades onde existe coleta e seleção informais, feita por catadores autônomos, o que mostra a pequena participação do Poder Público e de políticas voltadas para o problema.
No entanto, o estudo da ONU revela que a maior parte dos países da América Latina e do Caribe tem legislação específica que define as responsabilidades de geradores e manipuladores e prevê punições, que quase nunca são aplicadas. Além disso, os investimentos em gestão de resíduos são insuficientes.
O relatório faz parte de um projeto da ONU Meio Ambiente e é parte do Atlas Global de Gestão de Resíduos de 2016, que inclui relatórios sobre a situação dos resíduos sólidos na América Latina e Caribe, Ásia, Ásia Central, África, Regiões Montanhosas e Pequenas Ilhas-Estado (Sids).
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