Estado brasileiro cometeu crimes contra a humanidade durante ditadura, diz relatório final da Comissão Nacional da Verdade

Segundo relatório, 434 pessoas foram mortas ou desaparecidas durante o regime, mas número pode ser maior

10/12/2014 09:19 / Atualizado em 04/05/2020 16:40

Cerca de 300 militares ou agentes do estado foram identificados como responsáveis pelos crimes contra os direitos humanos
Cerca de 300 militares ou agentes do estado foram identificados como responsáveis pelos crimes contra os direitos humanos

Hoje, 10 de dezembro de 2014, a Comissão Nacional da Verdade(CNV) apresentou o relatório final que examina as violações dos direitos humanos entre 1946 e 1988.

Elaborado após 2 anos e 7 meses de trabalho, o relatório conta com 1.117 depoimentos e percorreu 20 estados em 80 audiências públicas.

Crimes

Segundo o relatório, 434 pessoas foram mortas ou desaparecidas durante o regime ditatorial, mas o número pode ser maior, devido às dificuldades encontradas para investigar os crimes contra indígenas e camponeses.

Cerca de 300 militares ou agentes do estado foram identificados como os responsáveis pelas torturas, execuções, desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres.

O relatório

O texto final da Comissão Nacional da Verdade está dividido em três volumes. O primeiro explica as atividades da CNV, as violações dos direitos humanos e conclusões e recomendações.

No segundo volume, os crimes contra a humanidade estão divididos de acordo com os segumentos sociais: militares, trabalhadores urbanos, camponeses, povos indígenas, membros de igrejas cristãs, LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros), professores e estudantes universitários.

O segundo volume também aborda a resistência e a influência de empresários no golpe militar.

Já o terceiro volume descreve a história dos 434 mortos ou desaparecidos políticos.

Segundo a CNV, o relatório não representa o fim das investigações contra os crimes cometidos na ditadura e que futuros trabalhos podem aumentar o número de mortos ou desaparecidos.

Site

O relatório estará disponível ao público na página da Comissão Nacional da Verdade a partir das 11h. Acesso o link.