Arquiteto carioca conta como foi viajar de bike pelo Japão
Viver a experiência de viajar pelo mundo é a mistura de alegria, medo, frustração e sentimento de realização. Acredito que esses fenômenos contribuem para o significado da vida. Foi isso que me motivou a criar o Bike Myself, um projeto de viagens de bicicleta pelo mundo.
Sempre gostei de viajar, mas a grana sempre foi curta. Usar a bicicleta foi a maneira que encontrei de viajar gastando muito pouco. Além disso, a bicicleta oferece a velocidade perfeita: suficientemente lenta para te permitir apreciar as particularidades da paisagem, realmente vivenciar aquele lugar e perceber as transformações que o caminho nos proporciona, mas com uma certa rapidez necessária para se manter o ritmo da viagem. Tudo isso com custo zero.
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Depois da primeira, não conseguia mais me imaginar viajando de outra forma. Não sei se pelos altos níveis de endorfina liberados no corpo ao longo das jornadas, mas mesmo exausto ao fim de um dia inteiro pedalando, me sentia realizado.
Nessa sensação de realização depois de um dia com medos, frustrações e alegrias –sentimentos diários nesse tipo de viagem– foi que eu me encontrei. Encontrei o sentido da minha vida através dessa experiência.
Uma foto publicada por Pedro Vianna (@bikemyself) em
Finalmente enfrentar o medo do desconhecido e sair pelo mundo foi o que me fez perceber que o que devemos, na verdade, temer é a zona de conforto.
Comecei a viajar de bicicleta em 2014 e já rodei por Espanha, França, Itália e Japão. Na mais recente, da qual acabei de voltar, fiquei três meses pela terra do Sol Nascente.
Num país onde se diz que é difícil viajar gastando pouco, fui com uma verba pequena. Usando couchsurfing, warmshowers e contando com a ajuda de imigrantes brasileiros, consegui gastar pouco, conhecer historias magnificas e culturas que eu nunca imaginaria mesmo estando no Japão.
A viagem me fez aprender muito: o forte choque cultural me ensinou sobre respeito e hospitalidade, enquanto os perrengues me ensinaram sobre paciência e perseverança. A barreira linguística foi uma das maiores dificuldades enfrentadas, pouquíssimas pessoas falam inglês no país e não domino o japonês. Mas isso também foi instrumento de aprendizado para mim. Eu me comuniquei como pude e vi que um sorriso pode representar tudo o que você precisa dizer a alguém.
Meu projeto não é apenas sobre minhas viagens de bike. É, principalmente, a história de um cara comum com um sonho enorme, mostrando que mesmo com muitas dificuldades é possível realizar, basta correr atrás. Correr muito atrás.
Compartilho minhas experiências através de fotos e vídeos, pelo YouTube, Instagram e Facebook.
Da expedição Japão foram mais de 15 episódios postados no YouTube. A ideia é mostrar que as coisas são mais simples do que parecem e que sempre existe uma maneira de conquistarmos o que mais almejamos se trabalharmos para isso. Minha maior missão é inspirar as pessoas com o que faço.
Relato por Pedro Viana, do projeto Bike Myself