Brasileiro conta como foi conhecer a Coreia do Norte
Relato por Vitor Pajosse
Viajar pra República Popular Democrática da Coreia, mais conhecida como Coreia do Norte, é uma experiência bem diferente e pode parecer meio assustadora no começo. Primeiramente você precisa se desprender de qualquer preconceito e esquecer tudo que já ouviu falar sobre o país, assim, você terá a chance de descobrir como é a vida num dos regimes mais fechados e controlados do mundo no ponto de vista das simpáticas pessoas que vivem lá. Você irá se surpreender com a receptividade e carisma dos norte-coreanos.
A entrada de turistas no país ficou proibida por quase cinco meses por precaução à disseminação do vírus Ebola, e foi restabelecida em março deste ano. Tive a oportunidade de visitar o país no primeiro grupo de turistas após a reabertura e não sabíamos como encontraríamos as coisas por lá. Boa parte da viagem foi acompanhada pela equipe de TV Estatal que estava fazendo uma reportagem sobre o primeiro grupo de turistas a visitar o País após o período de restrição –com direito a entrevistas e tchauzinho para as câmeras. O objetivo da viagem foi conhecer a cultura do país e não fazer nenhuma análise política ou crítica ao modelo de governo.
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A maior parte dos turistas que visita o país são chineses, seguidos por europeus e americanos (sim, americanos!!!), pouquíssimos brasileiros se aventuram pelas terras dos Grandes Líderes. O turismo na Coreia é administrado por uma agência governamental (KITC – Korea International Travel Company) e todos os grupos de turistas têm seus passaportes recolhidos logo na entrada no país (fiquem tranquilos, pois são devolvidos intactos ao final da viagem) e são acompanhados por guias norte coreanos, devendo seguir o roteiro estabelecido por eles.
Na prática lembra muito uma excursão de colégio onde você deve seguir rigorosamente o que os guias estabelecem e não fazer nada que não for autorizado para não causar problemas para o grupo e nem para os guias. Parece meio chato a princípio, mas, aos poucos, você percebe que é uma experiência única e que mesmo controlado você tem muito espaço para explorar as diferenças culturais e apreciar as belezas e a deliciosa culinária do país.
Para visitar o país é necessário visto e o jeito mais fácil de consegui-lo (talvez o único modo viável) é através de alguma agência de turismo que venda pacotes para lá. Existem opções em grupo ou um tour individual, sempre acompanhado dos guias locais. O processo para obtenção do visto é rápido e pouco burocrático: você só precisa enviar uma foto e cópia de algumas páginas do seu passaporte por e-mail, simples assim. Segundo as agências que operam no país o índice de vistos negados é extremamente baixo (nas palavras da própria agência dá pra contar nos dedos o número de rejeições dos últimos anos).
As viagens para Pyongyang, capital da Coreia do Norte e principal cidade do país, partem normalmente de Pequim com vôos diários operados pela Air Koryo, a empresa aérea norte-coreana. São voos curtos em aeronaves não muito modernas mas relativamente confortáveis, bem semelhantes aos voos em empresas low costs que operam na Europa e com direito a um hhambúrguer como refeição (nada de extraordinário, mas suficiente para enganar o estômago) e filmes ou shows coreanos na televisão durante o voo.
Os procedimentos de imigração, talvez a parte que mais preocupe os viajantes em qualquer viagem e que parecem ser mais assustadores quando falamos de um lugar tão fechado como a Coreia do Norte, são só um pouco mais burocráticos do que nos outros países, principalmente quanto aos equipamentos eletrônicos que tem que ser vistoriados e catalogados na entrada sendo que posteriormente deverão ser apresentados na saída e poderão ter as fotos vistoriadas e até apagadas caso sejam consideras ofensivas ou inapropriadas, um pouco mais controlado que qualquer outro país, porém nada que cause preocupação.
A boa notícia é que os turistas são autorizados a entrar no país com aparelhos celulares, mas para fazer chamadas é necessário adquirir um chip norte-coreano que funcionará apenas para ligações internacionais . Existem ainda pacotes de acesso à internet 3G com o preço muito salgado. Ficar incomunicável por alguns dias, sem acesso às redes sociais e mensagens de texto acaba sendo uma das partes mais interessantes da viagem: bye bye Whatsapp e Facebook por alguns dias.
A primeira impressão do aeroporto de Pyongyang é de um aeroporto antigo, sem nenhum luxo mas extremamente vigiado. Tudo muito simples e limpo. Ao lado do aeroporto atual está sendo construído um novo terminal, maior e mais moderno, mas ainda sem previsão de inauguração. Turistas não são autorizados a tirar fotos dos prédios em construção ou reformas, por algum motivo que ninguém sabe explicar.
Os grupos de turistas são transportados em ônibus ou vans da KITC e durante a locomoção os guias vão contando um pouco sobre a história do país e seus principais pontos turísticos, sempre com muito orgulho e patriotismo. Nas viagens mais longas eles utilizam o tempo livre para promover interação entre os turistas com músicas, piadas e pequenos jogos para entretenimento. Apesar de serem um pouco fechados, os norte-coreanos são muito bem humorados (sim, eles sorriem e se divertem como nós!) e são muito curiosos sobre como funcionam as coisas nos outros países. Como todo brasileiro deve estar acostumado, as perguntas sobre o Brasil sempre acabam girando em torno de futebol (Pelé, Kaká, Ronaldinho e Cia nos fazem ser muito bem recebidos por lá).
Pela janela do ônibus pode-se ter uma primeira ideia de como são as coisas por lá. As ruas de Pyongyang não são muito cheias e existem poucos carros trafegando, algo muito diferente do transito caótico e superpopulação de qualquer capital que estamos acostumados a visitar. As construções são antigas e com as fachadas relativamente bem conservadas, contrastando com construções mais novas e modernas em avenidas largas e bem pavimentadas. O país sofre com constantes quedas de energia e é possível ver muitas placas de captação de energia solar nas janelas dos apartamentos.
As pessoas nas ruas olham curiosas para o ônibus, algumas sorrindo e acenando parecendo felizes em ver turistas. Os grupos de turistas são instruídos a não tirar fotos da janela dos ônibus pois algumas pessoas podem se sentir incomodadas com isto. A presença militar é intensa sendo que uma boa parte dos homens que caminham pelas ruas ou trabalham nas obras, alguns aparentando ser muito novos, vestem trajes militares (aquelas tradicionais fardas verdes com boinas e estrelas vermelhas que vêm em nossa mente quando pensamos em países socialistas). Segundo os guias, utilizar a mão de obra militar nas construções e reformas é uma forma de manter os soldados ocupados e em forma em tempos de paz.
[tab:Bebidas e comidas]
A culinária do país, pelos menos para os turistas, é muito farta e abundante. Todos os restaurantes servem diversas opções de carne, peixe e frango, sempre acompanhados de muito arroz e legumes. Uma delícia.
O cardápio do almoço e jantar é variado: turistas podem provar o “hot pot” servido em uma panela com fogareiro onde os legumes, arroz e carne são colocados para cozinhar na hora. Requer um pouco de paciência para comer, mas o sabor é fantástico. Alguns restaurantes servem pato assado ou grelhado e para os mais corajosos existem opções de sopa de cachorro, apimentada e de coloração vermelha que é um prato muito tradicional por lá. Tudo é acompanhado pelo saboroso kimchi, a comida preferida dos norte-coreanos, que é um repolho fermentado temperado com pimenta e alho, um pouco forte, ainda assim delicioso, meio parecido com o chucrute alemão, mas com um sabor próprio.
Nos restaurantes, bares dos hotéis e pequenas lojas é possível encontrar algumas opções de cervejas fabricadas no país. Uma garrafa de cerveja (“Nº 2 Beer” –a mais poular) custa menos de 1 euro e o sabor é agradável. No final de uma noite no bar é possível sair bem alegre gastando muito pouco –diversão garantida! A bebida alcoólica mais popular é o Soju, um destilado feito de arroz com sabor suave e teor alcoólico entre 20% e 45% (isso mesmo, 45%. Você fica bêbado só de sentir o cheiro). Vale a pena experimentar com moderação para evitar uma ressaca forte no dia seguinte. Com moderação, ok? Eles não vendem Engov por lá e você não vai querer perder os passeios do dia seguinte.
Em Pyongyang uma boa opção de diversão para os grupos de turistas é um happy hour na Taedonggang No. 3 Brewery, um bar de saborosas cervejas artesanais produzidas localmente com opções de pints de cervejas tradicionais, cervejas de arroz e cerveja escura, cada uma nomeada com um número –você pode experimentar uma de cada e não vai gastar quase nada. O bar serve pratos e aperitivos, incluindo batata frita, e o telão exibe clipes musicais e shows norte-coreanos, vale muito a pena conhecer. O bar parece atender apenas turistas.
Quase todos os restaurantes e bares contam com karaokê, um passatempo muito popular no país. Infelizmente para os turistas que não estão familiarizados com o idioma Coreano, quase todas as músicas são locais mas por sorte as norte-coreanas possuem lindas vozes são excelentes cantoras e o jantar é muito animado ao ritmo das músicas cantadas pelas sempre sorridentes guias e funcionárias dos restaurantes (dá vontade de ficar a noite toda ouvindo elas cantarem!). Ao final de alguns dias de passeios você estará tão familiarizado com as canções que poderá arriscar canções como “Arirang” e “Pangapsumnida”, músicas tradicionais e com melodias que ficam gravadas na mente por muito tempo.
[tab:Compras]
A Coreia do Norte não é um destino de compras, ainda assim, existem algumas opções de lojas de departamento e pequenas lojas para comprar artesanatos, livros, selos, pinturas e outras recordações do país. A variedade não é muito grande, mas os preços são realmente baixos.
Um dos principais locais de compra para visitação é a Foreign Languages Bookshop, uma loja de livros com publicações norte-coreanas traduzidas para diversos idiomas, sendo pouco provável encontrar algo em português. É possível encontrar livros sobre história, economia e assuntos diversos. Existem muitas publicações escritas pelos grandes líderes sobre a ideologia Juche ou Kimilsonguismo, ideologia criada por Kim Il-Sung que defende, entre outras ideias, a autossuficiência para preservar a soberania da nação e o poder das massas. Seu lema central é que o ser é dono do seu próprio destino e o povo é o centro de tudo. Os livros são ótimas opções para quem deseja ter uma noção do pensamento e forma de governo socialista que vigora por lá.
Outra opção interessante para visitar na capital é a Stamp Shop, uma loja de selos onde você pode adquirir pôsteres e cartões postais com temática socialista e anti-americana. É divertido ver os norte-americanos comprando pôsteres com desenhos de aviões norte-americanos sendo esmagados pela mão de um soldado norte-coreano. Por algo em torno de 1 euro você pode também comprar selos e até enviar os cartões postais de lá para seus amigos, claro que os postais provavelmente chegarão depois que você retornar para casa, mas, ainda assim, um postal com carimbo do correio norte-coreano é uma ótima opção de souvenir.
A moeda do país é o won norte-coreano e é utilizada apenas pelos locais. Os turistas utilizam preferencialmente o euro, mas também são aceitos dólar e yuan chinês. Eles utilizam uma taxa de conversão própria e é muito comum você pagar com uma moeda e receber troco em outra, portanto, é recomendável levar notas pequenas para facilitar as conversões. Um dos poucos locais onde os turistas podem trocar seu dinheiro por moeda local e utilizar nas compras é a Kwangbok Department Store, uma grande loja de departamento com uma imensa variedade de itens (desde comidas, roupas e souvenires até cofres, eletrodomésticos e mobília, além de uma infinidade de produtos chineses), onde você pode ver famílias norte-coreanas fazendo suas compras e é possível um pouco de interação com as simpáticas pessoas de lá. Os guias avisam que o dinheiro local deve ser todo utilizado para compras e não é permitida sua saída do país. Para colecionadores é possível encontrar em loja de souvenires notas antigas de won.
[tab:Hospedagem]
Os hotéis em Pyongyang têm uma boa estrutura, com bons restaurantes, bares e claro karaokê. Alguns mais luxuosos possuem piscina, sauna e facilidades como lavanderia, alfaiate e até cabeleireiro, uma ótima opção para renovar o visual. As opções de hospedagem no país vão desde hotéis mais simples e tradicionais até o luxuoso e famoso Yanggakdo Hotel, localizado na Ilha Yanggak, uma das ilhas do rio Taedong que passa por Pyongyang. Em alguns hotéis como o Ryanggang Hotel, os quartos são confortáveis e limpos, porém a água quente só funciona em determinados horários –se você perder a hora terá que tomar banho gelado.
Fora da capital existem belíssimas opções de hospedagem. Um dos destaques é o Minsok Folk Hotel localizado na cidade de Kaesong (cerca de 2,5 horas de Pyongyang e conhecida como Terra do Ginseng). É um lindo hotel tradicional no formato de vilarejo. Os quartos possuem mobília antiga e os colchões são colocados diretamente no chão aquecido no estilo Coreano. Não há água quente nas torneiras e pela manhã os hóspedes recebem baldes de água aquecida para poder banhar-se no melhor estilo banho de canequinha –o que convenhamos, não é muito bom no Inverno. É uma ótima experiência pra quem não liga para luxos e quer se hospedar em algo mais tradicional.
[tab:Pontos turísticos]
Quase tudo no país gira em torno das figuras dos líderes Kim Il Sung, o pai da revolução e Kim Jong Il, seu sucessor e pai do atual líder. Eles são uma espécie de seres supremos para o seu povo e todos falam com admiração, exaltação e sempre com muito, mas muito respeito.
Muitos retratos e esculturas espalhadas por toda a cidade e prédios públicos mostram a devoção aos líderes e suas conquistas. Por todas as partes pode-se ver obras de arte ilustrando os ideais socialistas: esculturas e pinturas que demonstram trabalhadores e soldados sorridentes acompanhadas de mensagens em Coreano, esteticamente muito bonito de se ver e um por consequência são os points preferidos dos turistas para fotografias.
O local mais aguardado por todos os turistas que visitam o país é a Zona Desmilitarizada (conhecida internacionalmente como DMZ). É a área de trégua criada na linha divisória das duas Coreias onde de um lado ficam os soldados norte-coreanos e do outro os soldados sul-coreanos. Os turistas podem visitar a sala de reuniões e tirar foto com os soldados. Uma boa dica é presenteá-los com maços de cigarros estrangeiros, eles vão adorar! Um dos aspectos interessantes é que os mapas na Coreia do Norte não mostram uma divisão entre norte e sul, eles tratam a Coreia como um único país e acreditam que um dia haverá a reunificação das Coreias.
Um dos pilares da Ideologia Juche é a educação e isto fica evidente quando visitamos a Grand People’s Study House, uma enorme biblioteca com, nas palavras dos guias, mais de 3 milhões de livros, com muitas salas de estudos, salas de computação e salas de multimídia equipadas com televisores e rádios, que convenhamos não são nada modernos. É possível ver muitos grupos de jovens estudando por lá. Outro lugar a visitar é a Kim Jong Suk Higher Middle School, localizada em Pyongsong (30 minutos da capital). Segundo os norte-coreanos é uma das melhores escolas do país e onde os turistas podem interagir com os alunos nas aulas de inglês. Os alunos são muito educados e curiosos e você vai se surpreender com o bom nível de inglês dos jovens.
Para conferir a urbanidade da capital, os turistas podem visitar metrô de Pyongyang, um sistema antigo composto por duas linhas subterrâneas e poucas estações. Tão limpo e arrumado que dá a impressão que é pouco utilizado pelos moradores. É possível fazer um passeio curto nos trens e visitar algumas estações com lindos mosaicos de imagens socialistas e muitas imagens dos líderes. É uma boa oportunidade para ter um pouco de contato com os moradores que utilizam o metrô como meio de transporte.
Os apreciadores de arte com certeza vão gostar de visitar o Mansudae Art Studio que é o centro artístico da capital onde são feitas grande parte das esculturas, pinturas e mosaicos que você vê espalhados pelo país. Existe uma galeria de arte que vende pinturas e trabalhos em cerâmica. Outra opção é visitar o Pyongyang Feature Film Studios, onde os filmes históricos e programas de TV são gravados. É um conjunto de mini-cidades cenográficas que representam diversos períodos e países. Nada muito moderno e grandioso, mas os guias se orgulham de ressaltar que os grandes líderes costumavam visitar os estúdios e pessoalmente dirigir parte dos filmes gravados no país. Os turistas tem a opção de vestir trajes cinematográficos e posar para fotografias.
Os outros pontos turísticos a visitar são relacionados à Independência do país e Revolução Socialista, tudo regado com muito patriotismo e devoção aos Grandes Líderes, é claro. Para aqueles que não gostam de história os passeios podem acabar sendo um pouco cansativos e enjoativos, ainda assim valem a pena pela beleza e grandiosidade de suas construções.
Arch of Triumph: construído na década de 80 em comemoração da independência coreana do Japão, uma construção bem parecida com o arco do triunfo parisiense, mas, nas palavras das guias norte coreanas, maior e mais robusto.
Revolutionary Martyrs’ Cemetery: o cemitério dos mártires que lutaram pela libertação do país sendo os principais representados por imponentes bustos de bronze, além de grandes esculturas ilustrando batalhas e imagens da revolução socialista. Grupos de estudantes depositam flores e prestam suas homenagens aos mártires. O cemitério é localizado num dos pontos mais altos onde é possível ter uma visão de toda a cidade, seguindo a ideia de que de lá os mártires têm uma visão de todo o crescimento do país.
Kumsusan Memorial Palace of the Sun: um belíssimo mausoléu onde repousam os grandes líderes Kim Il Sung e Kim Jong Il. É um dos lugares mais sagrados para os norte-coreanos e aos finais de semana é possível ver legiões de pessoas com seus trajes tradicionais em fila para prestar suas homenagens póstumas aos líderes –as mulheres com lindos vestidos coloridos tradicionais e os homens com ternos típicos verdes, azuis ou pretos todos com broches com a imagem dos líderes.
O memorial é um grande complexo construído com muito luxo e com algumas salas onde encontram-se as homenagens internacionais recebidas (basicamente diversas medalhas e diplomas sendo grande parte oferecidas por países soviéticos e africanos). É proibida a entrada com equipamentos eletrônicos. Os turistas podem visitar as salas onde ficam seus corpos embalsamados e em pequenos grupos aproximar-se e prestar homenagens: todos em fila curvando-se respeitosamente para demonstrar respeito.
Kim Il Sung Square: é a maior praça de Pyongyang onde acontecem as paradas militares e eventos festivos. Um lugar agradável para apreciar pessoas passeando e crianças andando de patins e bicicleta.
Juche Tower: uma torre de 150 metros de altura com uma tocha vermelha em seu topo construída para homenagear a Ideologia Juche, sendo o maior monumento de pedra do mundo com 25.550 blocos (acreditem: cada bloco representa 1 dia de vida do Grande Líder até seu aniversário de 70 anos). Do seu topo é possível ter uma ótima visão da capital, isto é, se você tiver sorte dos elevadores estarem em funcionamento.
Kaesong Koryo Museum: localizado em Kaesong é uma antiga universidade do Confucian Educational Institute, com mais de 20 prédios típicos e uma coleção de objetos históricos.
Mansudae Fountain Park e Mansudae Grand Monument: Um parque onde encontram-se as gigantes estátuas de bronze dos líderes. Seguindo os costumes locais, os turistas são convidados a prestar suas homenagens aos líderes e depositar buquês de flores em sinal de respeito.
Mangyongdae Native House: é a casa onde nasceu o presidente Kim Il Sung, uma casa tradicional coreana com os utensílios utilizados pelo pai da nação e seus familiares.
USS Pueblo: um navio espião norte-americano capturado pela Marinha norte-coreana e transformado em museu para celebrar o êxito dos norte-coreanos sobre os Estados Unidos.
Victorious Fatherland Liberation War Museum: um grandioso museu que celebra a vitória na Guerra da Coreia. Contém diversos artigos bélicos e obras que explicam a origem do conflito e dão o ponto de vista norte coreano sobre a guerra.
[tab:Trem para Pequim]
Ao final da viagem, os turistas enfim recebem seus passaportes de volta e partem para o aeroporto ou estação de Trem, ainda acompanhados pelos guias.
Para os mais aventureiros, a viagem de volta a Pequim pode ser feita de trem, partindo de Pyongyang numa viagem de aproximadamente 24 horas (isso mesmo, quase 1 dia inteiro de viagem), mesmo sendo longa é uma ótima opção para interagir com as pessoas, grande parte norte-coreanos em viagens de negócios e algumas famílias com crianças viajando para a vizinha China.
O trem é confortável e conta com um bom restaurante e assentos-cama onde você pode ter uma boa noite de sono, o que torna a viagem bem menos cansativa. Nas paradas mais longas é possível descer do trem para comprar alguma guloseima nas plataformas. Do trem é possível ver as últimas paisagens em terras coreanas: grupos de trabalhadores rurais com animais e pessoas lavando roupas nos pequenos riachos que passam próximo a linha do trem.
Na fronteira os trens param por duas horas para ajustar as rodas para o padrão de trilhos chineses e neste intervalo os turistas têm seus passaportes, pertences e malas verificados manualmente pelos soldados. A inspeção é minuciosa e inclui uma verificação das fotografias em suas câmeras digitais, o que causa certa apreensão mas não é nada que você deva se preocupar pois no geral os guardas são muito educados e simpáticos.
O país é separado da China pelo rio Yalu e ao cruzar o rio é possível ver uma antiga ponte que ligava os dois países e foi parcialmente destruída durante a guerra. Muitos turistas do lado chinês caminham sobre o que restou da ponte e esta é a última imagem que permanece na mente de quem visita o país: uma ponte destruída que representa o isolamento territorial e cultural no qual a Coreia do Norte se encontra.