Se você ama literatura, está se preparando para a Fuvest ou quer simplesmente se reconectar com grandes obras e reflexões potentes, a dica é valiosa: vem aí a 5ª edição do Prosa do Vestibular, programa gratuito da Casa de Cultura do Parque, em São Paulo, que reúne leitura, conversa, acolhimento e troca real com gente que respira o universo das letras.

De 30 de agosto a 25 de outubro, aos sábados, sempre das 10h às 12h, o espaço recebe encontros presenciais com um timaço de professoras e pesquisadoras que conduzem os debates sobre as obras obrigatórias da Fuvest 2026. E o melhor: tem lanche, transporte gratuito para escolas e cursinhos parceiros, e acesso a toda a programação cultural e gratuita da Casa.

Entre os livros debatidos estão preciosidades que atravessam gerações. “As Meninas”, de Lygia Fagundes Telles, por exemplo, ganha leitura guiada por Amara Moira, que propõe um olhar sensível sobre juventude, política e desejo em plena ditadura militar. Já “Canção para ninar menino grande”, de Conceição Evaristo, será explorado com Elizandra Souza, poeta e ativista, que vai destrinchar as camadas da masculinidade negra e do afeto na escrita de “escrevivência”.

O pontapé inicial vem com “Memórias de Martha”, de Julia Lopes de Almeida, conduzido por Maria Celeste de Souza — leitura essencial para refletir sobre a condição feminina no século XIX e a força da educação na busca por autonomia. Ao longo das semanas, ainda rolam encontros sobre “Nebulosas”, de Narcisa Amália, com Fátima Ghazzaoui, e “Caminho de Pedras”, de Rachel de Queiroz, com Senhorita Bira — ambas autoras que rompem moldes com suas protagonistas intensas e politizadas.

A programação também destaca vozes africanas e diaspóricas: “Balada de amor ao vento”, da moçambicana Paulina Chiziane, será tema de conversa com Lígia Menna, e “A visão das plantas”, da portuguesa Djaimilia Pereira de Almeida, será debatido por Mariana Angi Roche. Tem até mergulho na poética intensa de “O Cristo Cigano”, com Luana Chnaiderman de Almeida, e uma análise histórica da educação com “Opúsculo Humanitário”, da pioneira Nísia Floresta, guiada por Paloma Oliveira.

Tudo isso com a vibe acolhedora que só a Casa de Cultura do Parque sabe proporcionar. Os encontros são abertos ao público geral, até a lotação do espaço. Um verdadeiro respiro literário em meio à rotina — e uma chance de encarar a Fuvest (ou a vida!) com mais repertório e sensibilidade.