‘O cárcere não termina no cárcere’ – essa é a constatação dos personagens de ‘A Boca que Tudo Come Tem Fome (Do Cárcere às Ruas)‘, que vai reestrear em SP. A peça fala sobre a vida de quem saiu do sistema prisional e enfrenta os desafios para recomeçar fora da prisão. Vale muito a pena conferir essa reflexão.

Depois de uma temporada no Sesc 14 Bis, o espetáculo produzido pela Companhia de Teatro Heliópolis entra em cartaz na sede do grupo, na Casa de Teatro Mariajosé de Carvalho. A estreia acontece no dia 8 de agosto e segue até 27 de outubro, com sessões TOTALMENTE gratuitas de sexta a domingo. É teatro acessível de verdade!

No palco, seis personagens dividem suas histórias e mostram as dificuldades que surgem depois da liberdade, como o estigma, as dificuldades para conseguir documentos e lidar com as marcas do passado.

Nessas narrativas entrelaçadas, a peça faz uso de recursos simbólicos e da religiosidade de matriz africana. O chão tem um espelho d’água para simbolizar esse “desaguar” da liberdade, e, mais do que isso, ser um ‘espelho que leva as personagens a encararem a própria situação‘, segundo o encenador Miguel Rocha.

Exu marca presença, cumprindo sua função como entidade que abre caminhos. Ele ajuda os personagens, e os estimula a buscar novos começos.

‘A Boca que Tudo Come Tem Fome (Do Cárcere às Ruas)’ é, sobretudo, uma peça emocionante e real. Ela nasceu de uma pesquisa profunda, com entrevistas, debates e parcerias com ativistas e especialistas que conhecem de perto a realidade do pós-cárcere.

O resultado é um teatro que mistura poesia, música e corpo para mostrar que, apesar dos desafios, sempre há espaço para recomeços e dignidade. Vamos descobrir essa realidade?

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