O Teatro Estúdio recebe, no dia 8 de dezembro, o monólogo “Branco Ancestral”, criação e atuação de Jessé Scarpellini que transforma um futuro distópico em espelho do agora.

A peça parte de um cenário pós-caos no qual sobra apenas um sobrevivente — um paulista do Itaim tentando “recomeçar a humanidade” — para cutucar, com humor ácido, temas como poder, hierarquia e privilégios.

A narrativa brinca com referências pop e sci-fi para mostrar Alê isolado em seu bunker futurista, cercado por embriões criados pela avó cientista e pela voz da última IA da Terra. Entre delírios, confissões e crises existenciais, ele revisita crenças e absurdos que moldam nossa sociedade, enquanto o público acompanha tudo no limite entre o riso e o incômodo.

Com estética minimalista e clima tragicômico, o espetáculo mergulha na nostalgia das distopias televisivas para discutir as tensões do presente. Em tempos de extremismos e disputas sobre futuro, “Branco Ancestral” provoca risadas, reflexões e aquela sensação de que, às vezes, o absurdo é só a realidade olhando de volta.