Até o dia 5 de julho, a WG Galeria – pertinho da estação República do metrô – recebe a exposição ‘Natureza Vívida‘, em que três artistas brasileiros contemporâneos dialogam com a natureza, trazendo diferentes perspectivas. O melhor: é gratuito!

A mostra traz 30 pinturas inéditas de Renata Laguardia (MG), Giulia Bianchi (SP) e Arthur Arnold (RJ) – cada um com seu olhar, vivência e técnica, compondo uma narrativa emocionante sobre a vivacidade do natural.

Os pintores abordam o cultivo do alimento, o costume do ato de alimentar e a natureza de forma geral, em abstração.

Renata Laguardia retrata paisagens, com muitos igarapés, cerrado, céu e vegetação. Sua técnica é rica em detalhes excessivos, camadas de tinta e tons de azul. Ao retratar o natural, a feminilidade é um tema recorrente, relacionando o extrativismo com a exploração do corpo feminino.

Giulia Bianchi, por sua vez, não faz paisagens, mas sim pinturas que reproduzem as sensações do natural – com  muito movimento. Ela protagoniza animais, frutos e plantas, e não o ser humano propriamente. Assim, convida o público a construir uma nova percepção da vivacidade do mundo e da natureza.

Nas pinturas de Arthur Arnold,  mesas – sim, o objeto! – são elementos centrais. Com elas, o artista representa experiências do inconsciente coletivo, constantemente compartilhadas entre os indivíduos.

A técnica de Arnold tem, como ele mesmo define, uma ‘brutalidade refinada‘: cria texturas e volumes com argamassa misturada a tinta a óleo, utilizando espátulas de pedreiro e ferramentas de construção. Para ele, a argamassa ‘cura’, e não seca, e eventuais rachaduras são integradas como parte da obra.

Apesar de muito diferentes, os três artistas trabalham com cores fortes e saturadas, envoltas por gestos bem marcados – o que torna a ‘Natureza Vívida’ potente, densa e caótica, mas ao mesmo tempo em sintonia.

“A mesa, nas telas de Arthur Arnold, surge como dispositivo simbólico e físico de partilha e troca: um lugar de reunião, escuta e negociação. A natureza, presente nas telas de Giulia Bianchi e Renata Laguardia, é compreendida não apenas como paisagem ou recurso, mas como sujeito coletivo”, explica Sylvia Monasterios, a curadora da exposição.

A proposta da exposição é que cada camada de tinta – e de reflexão – seja apreciada lentamente, permitindo-se dar sentido à abundância dos quadros!

Bora nessa imersão na ‘Natureza Vívida’? É gratuito, só colar e explorar ;)