Exposição ‘Paiter Suruí, Gente de Verdade: um projeto do Coletivo Lakapoy’

Mostra gratuita reúne fotos feitas pelos Paiter Suruí entre os anos 1970 e 2000, revelando o olhar indígena sobre sua história, cotidiano e colonização.

21/07/2025 16:45 / Atualizado em 13/08/2025 14:35

A nova exposição do IMS Paulista mostra como a fotografia pode ser uma forma coletiva de resistência, afirmação cultural e, principalmente, está VIVA!

Paiter Suruí, Gente de Verdade: um projeto do Coletivo Lakapoy‘ chega ao queridinho da Avenida Paulista no dia 26 de julho e traz mais de 900 imagens feitas pelo povo indígena Paiter Suruí, localizado entre os estados de Rondônia e Mato Grosso. A exposição fica em cartaz até 2 de novembro — e o melhor: é gratuita!

A maior parte do acervo é composta por fotos analógicas produzidas coletivamente pelos Paiter Suruí entre as décadas de 1970 e 2000, após a chegada de câmeras fotográficas levadas por missionários à região. Com esses equipamentos, o povo passou a registrar suas práticas culturais, o cotidiano e o processo desafiador de contato com missionários e não indígenas.

As imagens se destacam justamente por apresentarem uma perspectiva indígena pessoal: foram os próprios Paiter Suruí que apertaram o botão da câmera e passaram a narrar a própria história, bem diferente das imagens oficiais que costumam circular. Trata-se de um trabalho coletivo, sem a ideia de autoria individual!

Após o contato com a Funai, em 1969, o povo Paiter Suruí esperou mais de 10 anos até a homologação de suas terras. Hoje, com mais de 30 aldeias, ainda luta por sua permanência, enfrentando ameaças como o garimpo e outras formas de exploração. Assim, os Paiter Suruí — profundamente impactados pela presença branca — utilizam a tecnologia como forma de denúncia e resistência.

“A vontade de guardar, registrar e contar a história do povo Paiter Suruí é um sonho que agora se realiza, antes de os últimos anciãos nos deixarem, antes de essa história se ocultar de vez em algum canto esquecido do tempo, na memória dos que viveram essa saga.” Comenta Txai Suruí, um dos curadores da mostra e membro do Coletivo Lakapoy.

O coletivo, formado por comunicadores indígenas, foi responsável por reunir, catalogar e digitalizar essas fotografias inéditas, em sua maioria, guardadas nas casas das famílias Paiter Suruí. Eles ainda localizaram e contataram os personagens retratados nas fotos. Incrível, né?

A mostra funciona quase como um álbum de família histórico, com anotações e desenhos sobre as fotos, carregadas de memórias mais vivas do que nunca.

Além disso, Paiter Suruí, Gente de Verdade: um projeto do Coletivo Lakapoy’ também traz retratos recentes, feitos a partir de 2024 por Ubiratan Suruí, o primeiro fotógrafo profissional do povo. A exposição inclui ainda vídeos, depoimentos de membros da comunidade e objetos como redes e colares. É sobre ancestralidade!

Ah, e no dia da abertura, 26 de julho, às 11h, vai rolar uma conversa com os curadores e representantes do povo. É gratuito e aberto ao público!

Bora mergulhar nessas fotografias tão cheias de história, cultura e vivência?

Sobre a Exposição ‘Paiter Suruí, Gente de Verdade: um projeto do Coletivo Lakapoy’:

Quanto custa?

Gratuito

Datas e horários

De 26/07/2025 a 02/11/2025 (Terça, Quarta, Quinta, Sexta, Sábado, Domingo)

Horário: Das 10h às 20h

Acessibilidade

Local acessível para cadeirantes