A crítica de grandes nomes da arte contemporânea brasileira ao equivocado conceito de “subdesenvolvimento”, usado para se referir a países que hoje conhecemos como emergentes, pode ser conferida na mostra “Arte Subdesenvolvida”.

Em cartaz no CCBB Rio de Janeiro até 5 de maio, a exposição gratuita exibe cerca de 130 obras de mais de 40 expoentes da arte nacional, entre pinturas, livros, instalações artísticas, discos, esculturas, cartazes de cinema e teatro, áudios, vídeos e documentos.

Entre esses ícones da nossa cultura, estão artistas plásticos como Cândido Portinari, Lygia Clark, Abdias Nascimento, Cildo Meireles, Hélio Oiticica, Anna Bella Geiger e Carlos Vergara; os cineastas Glauber Rocha e Eduardo Coutinho; os escritores João Cabral de Melo Neto, Carolina Maria de Jesus, Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos e Ferreira Gullar; e os músicos Carlos Lyra e Daniel Santiago.

Com curadoria de Moacir dos Anjos, a mostra divide todos esses trabalhos, criados entre 1930 e 1980, em cinco eixos: “Tem Gente com Fome”, “Trabalho e Luta”, “Mundo em Movimento”, “Estética da Fome” e “O Brasil é Meu Abismo”.

Um dos destaques são as conhecidas pinturas “Enterro” (1940) e “Menina Ajoelhada” (1945), ambas de Portinari, que, assim como outras obras do artista, retratam o desespero, a morte e a fuga de um território marcado pela falta de quase tudo. 

Já a artista ítalo-brasileira Anna Maria Maiolino exibe sua celebrada obra “Monumento à Fome”, composta por sacos cheios com arroz e feijão envoltos por um laço preto. 

Outro ponto alto é a instalação multimídia “Sonhos de Refrigerador – Aleluia Século 2000”, do artista visual Randolpho Lamonier, que ocupa a rotunda do CCBB com elementos têxteis, paineis de LED em neon, letreiros digitais, infláveis, banners e faixas.

Sobre o CCBB Rio de Janeiro

Com a missão de celebrar a pluralidade cultural nacional e internacional, o CCBB torna a arte mais presente e acessível na vida das pessoas há mais de 35 anos. 

A instituição também é conhecida por valorizar e incentivar a produção artística, além de fomentar o trabalho de novos artistas.