Deflação do IGP-M é boa notícia para quem paga aluguel

É a primeira vez desde fevereiro de 2018 que a taxa fica negativa em 12 meses

Boa notícia para quem paga aluguel. O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) recuou mais do que o esperado em abril e passou registrou queda de 2,17% em 12 meses, segundo dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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No mês, o indicador que mede a chamada inflação do aluguel teve queda de 0,95%, depois de ter registrado variação positiva de 0,05% em março. É a primeira vez desde fevereiro de 2018 que a taxa em 12 meses fica negativa.

Conhecido como ‘inflação do aluguel’, IGP-M caiu 0,95% em abril após alta m março
Créditos: Hispanolistic/iStock
Conhecido como ‘inflação do aluguel’, IGP-M caiu 0,95% em abril após alta m março

Nos quatro primeiros meses deste ano, o indicador acumula deflação de 0,75%. Em abril do ano passado, o IGP-M havia subido 1,41%

A ‘inflação do aluguel’

Com a deflação do IGP-M, os contratos de aluguel que vencem em maio podem ser os primeiros sem reajuste em cinco anos. Em tese, segundo o Secovi, eles teriam de ser atualizado em −2,17%.

No entanto, como a maior parte dos contratos possui cláusulas que inibem o reajuste negativo do indicador, o que deve ocasionar a manutenção do valor pago atualmente.

Gráfico mostra variação mensal do IGP-M nos últimos 12 meses
Créditos: Divulgação/FGV
Gráfico mostra variação mensal do IGP-M nos últimos 12 meses

Como ainda há muita demanda e pouca oferta, os preços seguirão altos. Aqueles que já são locatários, por outro lado, podem dormir mais aliviados: se consta no contrato o reajuste pelo IGP-M, o peso no bolso vai diminuir.

Além dos aluguéis, o IGP-M também é usado para o reajuste de tarifas públicas, como energia e telefonia, e em contratos de prestação de serviços.

Como o IGP-M é calculado?

O cálculo do IGP-M leva em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola e industrial e na construção civil.

Por isso, a variação é diferente da apresentada pela inflação oficial, que calcula os preços com base em uma cesta de bens determinada para famílias com renda de até 40 salários mínimos.