Haddad revela promessa da Shein para garantir mercado brasileiro

"O governo recuou porque a Shein recuou", apontou o ministro

05/05/2023 20:00

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou promessa da Shein para se garantir no mercado brasileiro. Ele afirmou que o governo federal recuou do fim da isenção sobre remessas entre pessoas físicas de até US$ 50,00, após responsáveis pela Shein acordarem em produzir e pagar impostos no Brasil.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dá entrevista coletiva,para detalhar as primeiras medidas econômicas do governo.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dá entrevista coletiva,para detalhar as primeiras medidas econômicas do governo. - Agência Brasil/Valter Campanato

“O governo recuou porque a Shein recuou. Assinou uma carta se comprometendo a gerar 100 mil novos empregos no Brasil e a pagar [impostos] como qualquer comunidade paga”. A declaração foi feita em entrevista à rádio CBN.

Haddad disse querer que o consumidor tenha “leque de opções” com concorrentes em “igualdade de disputa”. O varejo corresponde a 25% do total de trabalhos com carteiras assinadas no país. “A Shein vindo, produzindo, gerando emprego em conformidade com a legislação brasileira, não tenho problema nenhum”.

, a Shein já anunciou uma parceria com empresas nacionais para passar a prduzir 85% dos seus produtos no Brasil até 2026.

A empresa quer instalar no país um hub de exportação para a América Latina. A empresa estima que, assim, serão gerados cerca de 100.000 empregos.

“Acredito que é uma estratégia inteligente de descentralização da produção”, comentou Haddad.

“O mercado brasileiro é enorme, pode exportar para a América do Sul inteira; os preços de confecção brasileira são competitivos e eles percebem a necessidade de descentralizar, não ficar com tudo num País só. Até porque hoje, com as tensões comerciais e geopolíticas em curso, qualquer empresário vai querer descentralizar suas atividades”, complementou.

Produtos da Shein vão ficar mais caros?

Compras feitas em sites estrangeiros podem até dobrar de preço com a cobrança dos impostos com o plano de conformidade. Isso porque além da cobrança do Imposto Federal, ainda tem a possibilidade dos Estados cobrem o ICMS.

Fazendo uma comparação hipotética, se pegarmos uma compra de US$ 30, acrescentando mais US$ 10 de frete, ou seja, uma encomenda de US$ 40, vai ter uma tributação de 60% em cima do valor da compra mais o frete (US$ 40).

Portanto, essa encomenda hipotética da Shein, Shopee ou AliExpress de US$ 40 passa a custar US$ 64. Se ainda formos acrescer o ICMS, usando uma alíquota média de 15% (o valor varia de estado para estado), essa compra salta para US$ 73,6, o que representa um aumento de 84%.