Brasil se compromete a eliminar lâmpadas com mercúrio até 2025

Meta estabelecida visa reduzir os impactos ambientais causados por metais pesados presentes nas lâmpadas

25/06/2023 11:54

Em decisão tomada durante a Conferência das Partes (COP – Conference of the Parties), da Convenção de Minamata, o Brasil assumiu o compromisso de eliminar por completo as lâmpadas com mercúrio do mercado até o ano de 2025.

A finalidade dessa iniciativa é substituir essas lâmpadas por opções de LED, as quais consomem menos energia e não contêm metais pesados em sua composição.

Embora elas tenham surgido como uma alternativa mais econômica e durável em relação às tradicionais lâmpadas incandescentes, é importante destacar que elas contêm mercúrio, um metal altamente tóxico.

A principal finalidade dessa iniciativa é substituir as lâmpadas fluorescentes por opções de LED, as quais consomem menos energia e não contêm metais pesados em sua composição
A principal finalidade dessa iniciativa é substituir as lâmpadas fluorescentes por opções de LED, as quais consomem menos energia e não contêm metais pesados em sua composição - Istock/ matt_benoit

A reciclagem das lâmpadas

Ainda que a reciclagem seja uma ferramenta valiosa, a capacidade atual de lidar com as lâmpadas fluorescentes descartadas anualmente é insuficiente.

Segundo a Associação Brasileira para a Gestão da Logística Reversa de Produtos de Iluminação (Reciclus), nos últimos seis anos, apenas 33 milhões de lâmpadas fluorescentes foram devidamente recicladas no país, equivalendo a uma média de aproximadamente 5 milhões por ano.

Esse número está significativamente abaixo do total de lâmpadas descartadas anualmente. Somente em 2022, foram importados 12 milhões desses itens.

A bióloga Alexandra Penedo de Pinho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), disse à Agência Brasil que a presença do mercúrio pode acarretar diversos problemas de saúde.

“Nos seres humanos, ele [mercúrio] pode causar ataxia, problemas neuromotores, neurológicos, ele é teratogênico [organismo que, estando presente durante a gestação, produz uma alteração no desenvolvimento], na formação dos fetos, ele é bastante tóxico quando ligado à questão neurológica e pode chegar até a morte”, explicou.

Consumidores podem fazer descarte correto de lâmpadas usadas. Descarte pode ser feito em pontos comerciais de recolhimento
Consumidores podem fazer descarte correto de lâmpadas usadas. Descarte pode ser feito em pontos comerciais de recolhimento - JPlenio/Pixabay

 

No processo de reciclagem, os componentes das lâmpadas, como vidro, metais e pó fosfórico, são separados e podem ser reutilizados. Porém, o mercúrio é extraído por meio de tubulações conectadas a um filtro de carvão e, posteriormente, encaminhado para um aterro sanitário especializado.

Ao se comprometer em substituir por LED até 2025, o Brasil busca reduzir os impactos ambientais decorrentes dos metais pesados presentes nesses dispositivos de iluminação, apostando em uma alternativa mais sustentável e eficiente do ponto de vista energético.