Você sabia que o Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja do mundo? Nós perdemos apenas para a China e os Estados Unidos. Esse intrigante mercado, tão complexo quanto o do vinho, tem uma grande variedade de tipos, rótulos e sabores, especialmente quando o assunto é a produção artesanal.
Para te ajudar a desvendar esse universo peculiar, indicamos um poderoso time de mulheres que contribuem – e muito – para o crescimento do setor e, além disso, compartilham seu conhecimento e paixão nas redes sociais.
De acordo com Nadhine França, presidente executiva da ABRACERVA (Associação Brasileira de Cerveja Artesanal), existem pelo menos 100 tipos diferentes da bebida, que permitem outras tantas variações. Ainda mais em um país como o Brasil, que possui uma grande diversidade de matérias-primas.
“Cada estilo de cerveja te proporciona uma experiência diferente. O gole se torna prazeroso por conta dos sabores amargos, azedos, adocicados, frutados, tostados… A ideia já não é só beber por beber e sim beber por prazer”, define Mariana Astolfi, do canal Confia na Mari.
Bora conhecer essas cervejeiras influentes?
Amanda Henriques
Idealizadora do portal Maria Cevada, Amanda Henriques é uma verdadeira desbravadora. Sua paixão pela cerveja começou em 2012, ao provar uma Black IPA – bebida conhecida pela predominância do sabor amargo e tostado.
“Eu quis descobrir mais informações sobre esse mundo, mas tive muita dificuldade, porque, na época, quase não existiam sites voltados ao público iniciante. Foi assim que surgiu a ideia de criar conteúdo para quem estava no mesmo momento que eu: chegando a esse universo e querendo aprender mais”, conta a influenciadora.
O projeto fez muito sucesso e se expandiu para as redes sociais. Espere encontrar dicas de harmonização, novidades das marcas, indicações de lugares para comprar cervejas diferentes, visitas a cervejarias, atualizações do setor e mais!
No início, a empreendedora teve receio de não ser levada a sério, já que adentrava uma área muito associada aos homens. “Quando a mulherada ocupa espaços tradicionalmente masculinos, sempre aparecem expressões pejorativas, como ‘maria chuteira’ e ‘maria gasolina’. Resolvi me apropriar dessa ideia para transformar em algo bacana”, completa.
Atualmente, além de produzir informações de qualidade para os entusiastas desse néctar dos deuses, agora em parceria com Anderson Senne, ela atua como sommelière de cervejas.
Mariana Astolfi
Idealizadora do Instagram e do canal Confia na Mari, a influenciadora e empresária Mariana Astolfi descobriu o mundo das cervejas artesanais com o noivo, que produzia a bebida em casa.
“Fiquei encantada ao descobrir que dava para fazer cerveja em casa, por isso fui pesquisar para entender a história de cada estilo da bebida. Notei que existia uma cultura maravilhosa do universo cervejeiro e tive a ideia de passar para frente essas informações, para que mais pessoas se apaixonassem por esse universo”, relata.
No canal, que existe desde 2018, o público tem acesso a dicas de degustação e preparo de cervejas, indicação de cervejarias, cobertura de eventos, curiosidades sobre os diversos estilos da bebida e outros assuntos relacionados.
A paixão também se transformou em um super negócio: o pub de cervejas artesanais Dignissima Beer, localizado na cidade de Bauru (SP), com bebidas de produção própria e de produtores independentes.
Nadhine França
Para Nadhine França, era importante ampliar a educação cervejeira no Brasil. Por isso, sua trajetória na área, iniciada por volta de 2014, envolveu diferentes iniciativas.
“Eu sonhava em fazer a diferença no mercado de alguma forma. Sempre acreditei que a cerveja não deveria ficar restrita a uma bolha”, defende. Tudo começou com a criação da Confraria Maria Bonita Beer, dedicada à degustação, ao estudo e à fabricação de cervejas, além da contribuição para o fortalecimento da presença feminina no setor.
Com tanto conhecimento, a influenciadora se envolveu na organização de eventos, concursos, congressos e até na captação de patrocínios. “Mergulhei no mercado nacional criando projetos como o Batom Vermelho, uma cerveja que arrecadou doações para instituições que trabalham com câncer de mama; bem como atuando no front de grandes eventos nacionais”, comenta.
Hoje, Nadhine é presidente executiva da ABRACERVA. “Ainda na gestão anterior, sugeri que iniciássemos ações inclusivas para ampliar a diversidade no setor. Uma das nossas conquistas foi o código de ética, que pauta, além de regras de relacionamento comercial entre os associados, boas práticas para trazer mais inclusão e equidade para o setor.”
Mas não é só isso. A profissional também é coordenadora do Instituto da Cerveja (unidade Pernambuco), colunista do Guia da Cerveja Brasil e está envolvida com o Programa de Certificação Cicerone.
Pri Colares
Professora do Instituto da Cerveja e coordenadora do Núcleo Sommellier da ABRACERVA, Pri Colares vivenciou uma grande mudança na carreira. Formada em Administração e Comércio Exterior, ela passou três anos nos EUA, trabalhando principalmente em resorts no ramo de alimentos e bebidas.
Ao voltar para o Brasil, no entanto, resolveu tirar um período sabático para repensar as escolhas profissionais e se dedicar a um novo hobby: as cervejas artesanais.
“Passei o ano inteiro viajando pelo país, visitando festivais, cervejarias, fazendo cursos e conhecendo pessoas que já estavam trabalhando nesse mercado. Queria entender se era possível unir minha paixão pela cerveja com a minha formação e efetivamente exportar marcas nacionais”, relembra.
A batalha foi árdua até Pri conseguir tornar esse seu trabalho único, mas deu certo e hoje ela até se divide entre o Brasil e a Holanda. No Instagram @pricolares_ a influenciadora aproveita para dar dicas sobre harmonização, falar sobre as novidades da área e fazer lives com outros profissionais.
Taiga Cazarine
A palavra que define a empreendedora Taiga Cazarine é ousadia. Seu interesse pelas cervejas começou bem no início dos anos 2000, quando algumas opções importadas passaram a ser vendidas e apresentadas como uma experiência diferenciada nos pubs de São Paulo.
“A cerveja artesanal representa o resgate de culturas, rituais e relações com a própria gastronomia, assim como um movimento representativo na economia e na cadeia produtiva de todo o país. É responsável por empregos diretos, indiretos, gera investimento em logística, tecnologias, agronegócio; e está movimentando as áreas de hotelaria / turismo, alimentos, eventos”, orgulha-se.
Taiga explorou esse mundo de diferentes formas. Ela teve um blog, uma loja especializada, foi gerente de bar, lançou o programa Cerveja de Conteúdo na CBN Ribeirão Preto e escreve para o jornal O Povo, de Fortaleza. Além disso, abriu uma agência de marketing e assessoria de imprensa voltada ao setor, a Cazarine Comunicação.
E ela ainda incentiva as mulheres que quiserem se especializar no universo da cerveja artesanal: “estudem, pesquisem, entendam como funciona o mundo corporativo. Sejam mais objetivas no dia a dia, foquem em produzir e entregar resultados e mostrem o mesmo caminho às outras mulheres. Dissemine essa corrente”, conclui.