Design independente: Camila Farina faz produção artesanal do sul do Brasil alçar novos voos

Porto Alegre

Design independente: Camila Farina faz produção artesanal do sul do Brasil alçar novos voos

Moda Artesanal Design Arte Decoração

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Design independente: Camila Farina faz produção artesanal do sul do Brasil alçar novos voos

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Idealizadora da Open Feira de Design contribui – e muito! – para a profissionalização dos produtores desta região do país

Publieditorial

“Precisamos nos reencontrar como seres humanos, nos reconectar com a natureza e com os processos mais originais, resgatando a organicidade e a autenticidade do viver”. É exatamente isso o que Camila Farina busca no seu cotidiano, trabalhando com os produtores artesanais do sul do Brasil desde 2015 através da Maria Cultura.

A agência de projetos culturais é responsável por uma das feiras de design independente mais importantes do país: a Open. O evento, idealizado por Farina, tem chacoalhado o universo da produção artesanal, inclusive contribuindo para a profissionalização desses artesãos.

“Os tempos precisam ser reavaliados e, junto com eles, há o resgate do afeto, a valorização dos processos manuais, das histórias por trás dos produtos”, revela Camila Farina, idealizadora da Open Feira de Design
Créditos: Larissa Ely | Divulgação
“Os tempos precisam ser reavaliados e, junto com eles, há o resgate do afeto, a valorização dos processos manuais, das histórias por trás dos produtos”, revela Camila Farina, idealizadora da Open Feira de Design
Catraca Livre e Eisenbahn uniram forças para criar o Guia Artesanal, um roteiro que valoriza um estilo de vida calcado no fazer, com atenção e paixão em cada detalhe.

“As pessoas buscam formas de desacelerar, é um movimento absolutamente natural. Depois de tantos anos vivendo em um fluxo maluco, é o slow que se impõe. Os tempos precisam ser reavaliados e, junto com eles, há o resgate do afeto, a valorização dos processos manuais, das histórias por trás dos produtos, além da preocupação com o meio ambiente”, acrescenta.

Rede de apoio

Criada inicialmente para enaltecer a produção artesanal de Porto Alegre (RS), hoje a Open Feira de Design se desdobrou em muitas, tornando-se uma importante plataforma de visibilidade para trabalhos desenvolvidos em todo o sul do país. Hoje, esses profissionais conseguem se conectar com o Brasil inteiro!

Ao longo de um ano, acontecem muitas edições da feira, cada uma com características próprias. Para Camila, o mais importante é propiciar uma experiência única a cada encontro.

A Open Feira de Design se desdobrou em muitas, tornando-se uma importante plataforma de visibilidade para trabalhos desenvolvidos em todo o sul do país
Créditos: Larissa Ely | Divulgação
A Open Feira de Design se desdobrou em muitas, tornando-se uma importante plataforma de visibilidade para trabalhos desenvolvidos em todo o sul do país

Na Open Select, há um intenso intercâmbio entre produtores do Brasil inteiro, com uma curadoria compartilhada entre a realizadora e designers convidados. A Open Viva acontece mensalmente com as marcas locais, misturando pessoas com diferentes graus de experiência no mercado. Segundo Farina, é o local perfeito para passear com a família e os amigos.

Já a Open Especial é completamente inusitada e ocupa locais diferentes na cidade de Porto Alegre, como a Ilha dos Jangadeiros, situada no Lago Guaíba, ou a antiga mansão Thiesen. Nesse caso, as edições contam também com atrações musicais e gastronômicas.

Mas, para quem não mora na região, é possível ter um gostinho de toda essa potente vivência. Mais de trinta marcas estão presentes no e-commerce da Open. O público encontra muitas opções de roupas, joias, cosméticos, bolsas, acessórios, mochilas, itens de decoração e mobiliário.

A Open Viva acontece mensalmente com as marcas locais. Segundo Farina, é o local perfeito para passear com a família e os amigos

Fazer a curadoria dos expositores é um dos grandes desafios deste projeto, sobretudo em um mundo tão voltado ao digital. “O ideal seria conhecer as marcas pessoalmente e avaliar de perto, mas hoje muitos artesãos nos procuram e é mais difícil. Também precisamos ter certeza de que os produtos são originais e não de revenda, evitando desgastes futuros”, comenta a idealizadora da feira.

A criatividade precisa de um ambiente favorável

Mesmo com os obstáculos, encontrar novos talentos é uma paixão que Camila carrega no DNA. Por mais de uma década, ela foi professora do curso de graduação em Design e Moda da UniRitter e, nesse período, percebeu o quanto os alunos sentiam a necessidade de criar produtos artesanais inovadores, mas não tinham nenhum estímulo.

“Vários estudantes prototipavam produtos, confeccionavam alguma quantidade, mas não tinham onde vender as peças, então acabavam perdendo a motivação e iam trabalhar na indústria, ou seguiam outros caminhos. Foi aí que nasceu o termo ‘design independente’, para dar conta desse perfil de designer que coloca todo o seu investimento em uma produção que é artesanal, em pequena escala”, relembra.

Auxiliar essas pessoas a seguirem seus sonhos se tornou sua missão de vida. Além das inúmeras edições da feira, os produtores artesanais também contam com outras formas de apoio para potencializar seus negócios. Em 2018, por exemplo, uma parceria com o Sebrae contribuiu com a formalização de muitos desses profissionais.

”Foi aí que nasceu o termo ‘design independente’, para dar conta desse perfil de designer que coloca todo o seu investimento em uma produção que é artesanal, em pequena escala”, explica Camila Farina sobre a origem do termo que também dá nome à feira

E por tanta contribuição para o setor, a Open até foi citada em uma questão do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) como “a feira do design independente”.

A parceria com a Open também contribuiu para muitas marcas crescerem e deixarem de ser independentes. A Vasos Raiz, com seus produtos auto irrigáveis, e a Lascka, com os acessórios para celular feitos de resíduos de madeira industrial – que se destacaram nas primeiras edições da feira – hoje têm uma produção em larga escala e vendem até em grandes redes de varejo. “São múltiplas possibilidades de ação para os designers aqui do Sul e isso me deixa bem feliz”.


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