O fazer artesanal como um ato de carinho é o que motivou a arquiteta Giovanna Brunette Fernandes a criar as estilosas luminárias de MDF da Lumia. Com luz indireta e bem confortável, o produto tem como proposta incentivar as pessoas a moldarem um ambiente relaxante e perfeito para produzir boas memórias.
E todo esse afeto em forma de iluminação acompanha a história da marca, que reflete a trajetória da própria artesã. Tudo começou em 2012, quando Giovanna teve a ideia de confeccionar com as próprias mãos uma luminária para dar de presente para seu companheiro.
“A minha família sempre gostou de fazer trabalhos manuais. Acho que tudo o que fazemos manualmente para alguém é uma demonstração de amor, porque colocamos ali toda a nossa atenção, energia e dedicação. E, quando meu pai, que era marceneiro, viu o projeto da luminária, logo quis fazê-la comigo”, conta a artesã.
Como o corte a laser das várias pecinhas que compõe o produto era muito caro na época, Giovanna fez os desenhos em uma chapa de MDF e o pai dela cortou cada uma delas com uma serra tico-tico fixada em uma superfície improvisada com uma caixa de tomate.
“As peças da luminária eram todas encaixadas, por isso meu pai teve que ter muita paciência para cortar tudo com precisão. Montamos tudo e deu certo. Eu nem acreditei quando tirei o projeto do papel. E, na hora que ligamos, tivemos uma sensação única e indescritível”, lembra-se.
Depois de vários anos, quando o corte a laser das chapas de MDF deixou de ser tão custoso, Giovanna decidiu revisitar a luminária e olhou para o negócio artesanal como uma nova possibilidade em sua carreira. Ela, então, passou a fazer o produto por encomenda e para presentear amigos.
Em 2020, quando o pai da artesã faleceu, por conta da Covid-19, ela tomou a decisão de criar oficialmente a marca Lumia, que leva o nome desse primeiro modelo desenvolvido por ela, como uma forma de homenageá-lo.
“Foi um baque para mim. Sempre fomos muito apegados e tínhamos o costume de realizar os sonhos um do outro. Conseguimos, por exemplo, colocar os móveis que ele fazia na Feira Jardim Secreto. E decidi fazer isso como uma forma de manter a lembrança dele viva”, acrescenta.
A luminária também marcou presença no dia do casamento da arquiteta. “Quando estava sozinha, na véspera, tive a ideia de montar uma Lumia e comecei a ouvir as instruções de meu pai, como se ele estivesse ali. Quando terminei e vi a luminária girando, isso trouxe a mesma sensação da primeira vez que a ligamos juntos. Na festa, parecia que ele estava lá, brilhando durante o tempo todo. Era uma coisa minha e dele”, emociona-se.
Memórias em forma de luz
Durante toda essa trajetória, também surgiu a segunda luminária da Lumia, que recebeu o nome de Ruth, em homenagem a avó da artesã. “O modelo tem a forma de uma flor muito bonita que tem na frente da casa da minha vó. Ela só abre à noite e toda a família se reúne para assistir a esse espetáculo. É quase um evento”, revela.
Giovanna revela que está desenvolvendo outros modelos inspirados em pessoas queridas e momentos especiais para ela. E, atualmente, quem a ajuda com o trabalho artesanal é o irmão engenheiro.
E, se você achou que toda essa afetividade se encerra no próprio produto artesanal, está enganado. Cada luminária é acompanhada por um kit de outros mimos selecionados cuidadosamente pela empreendedora, além de uma cartinha com sugestões de uso e local para a instalação.
“Quando você compra a Ruth, por exemplo, envio junto uma toalhinha bordada para simbolizar a figura da vó, o conforto. Também vai com um arranjo de flores secas e o cheirinho da marca. E eu ainda mando uns ganchinhos com adesivo para quem quiser pendurar na parede ou na cabeceira da cama. É para a pessoa não ter que ter mais um trabalho de contratar uma mão de obra para fixar a peça”, comenta.
Esse kit de agradinhos é uma forma de incentivar os clientes a criarem seu espaço de encontro com elas mesmas. “Sinto que quando as pessoas compram o produto, já pensam nesse cantinho. Você pode colocar as flores secas em um vaso e pendurar a luminária, que tem essa forma de pendente para ter um movimento natural, um giro. E isso acaba trazendo certa paz”, elucida.